A defesa do poderoso chefão da ORCRIM petista, ex-presidente Lula, decidiu recorrer à Comissão de Direitos Humanos da ONU contra o juiz Sergio Moro, acusando-o de violar direitos. A petição questiona a "privação de liberdade" representada pela ordem de condução coercitiva na 24ª fase da Lava Jato, em março. Isso tem um significado claríssimo: ele dá por certo que está a caminho a sua ordem de prisão e arma a sua fuga do País, com um pedido de asilo político a país amigo do petralhismo. Lula também reclama do "vazamento de materiais confidenciais" com a divulgação de conversas telefônicas suas com a mulher sapiens petista Dilma Rousseff e de provas apreendidas, também em março. Para a defesa do poderoso chefão da ORCRIM petista, Moro também antecipou juízo de valor ao imputar crimes ao petista em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal. Os advogados sustentam que o Brasil assinou um protocolo de adesão a um pacto internacional de proteção aos direitos humanos em 2009, que está sendo desrespeitado com as atitudes do juiz. A defesa contratou um escritório britânico especializado em direitos humanos. O advogado Geoffrey Robertson questiona a imparcialidade de Moro por ele ter, por exemplo, comparecido a um lançamento de um livro sobre a Lava Jato: "Ele age como uma comissão anticorrupção de um homem só". Para Robertson, deveria haver uma distinção entre um juiz responsável por uma investigação e um juiz responsável por um julgamento. Segundo a defesa, é a primeira vez que um brasileiro recorre a essa instância para questionar as instituições do País. No texto da petição, os advogados de Lula dizem que Moro é incentivado a disputar a eleição presidencial de 2018 e que pode barrar a candidatura do petista o condenando em um processo judicial. O advogado José Roberto Batochio disse que o propósito da petição não é revogar decisões do Judiciário brasileiro: "O que queremos é que se respeite as regras de civilização. Se não estão sendo respeitadas, que esse órgão declare ao mundo que não está sendo respeitado esse plexo de direitos e garantias que o Brasil se comprometeu a assegurar e que se recomende então que aqui sejam observados". O Estado brasileiro, diz, terá seis meses para responder. Roberto Teixeira, advogado e compadre de Lula, que também é investigado na Lava Jato, disse que o ex-presidente não está "fugindo da Justiça": "Ele só quer que não haja um juiz que esteja predisposto a condená-lo". A defesa de Lula pediu formalmente neste mês que Moro se considere impedido, o que ele já rejeitou. A iniciativa foi tomada agora, diz a defesa, porque ela esgotou os recursos no Judiciário nacional. O ex-presidente é investigado na Operação Lava Jato, que apura se ele foi favorecido por empreiteiras com reformas de um sitio em Atibaia e em um triplex em Guarujá, em São Paulo. O caso foi enviado ao STF em março, mas voltou à responsabilidade de Moro em junho.
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