A bancada opositora que controla a Assembléia Nacional da Venezuela reincorporou nesta quinta-feira (28) três deputados que haviam sido impedidos pela Justiça bolivariana de tomar posse devido a suposta compra de votos. A medida, porém, não deve ter validade jurídica, já que o governo chavista defende a manutenção da decisão do Tribunal Supremo de Justiça que suspendeu a posse dos deputados. Esse é um tribunal de fancaria. Os três parlamentares (dois do Estado de Amazonas e um da cota indígena) foram eleitos pela aliança opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) no pleito legislativo de dezembro, vencido com folga pelo antichavismo. Mas o Tribunal capacho do bolivarianismo decretou que a eleição no Estado de Amazonas havia sido fraudulenta e deixou em suspenso os resultados no Estado. A Corte, porém, nunca emitiu veredicto sobre o caso. A suspensão dos três deputados priva a MUD da supermaioria de dois terços (112 das 167 cadeiras) com a qual poderia destituir altos funcionários e reformar a Constituição para abreviar a presidência de Nicolás Maduro, eleito em 2013 para um mandato de seis anos. Como a bancada opositora se manteve até então em 109 deputados, a MUD ativou a opção de um referendo revogatório contra Maduro. O processo, que depende de sucessivas coletas e verificações de assinaturas, vem sendo emperrado pelo governo sob a justificativa de fraudes nas assinaturas. A Venezuela vive oprimida por uma ditadura controlada por generais e coronéis bolivarianos narcotraficantes.
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