Em meio à crise internacional da indústria de óleo e gás e a dificuldade para novos investimentos, o cenário é pouco animador para a Venezuela. O país registrou em maio sua maior queda na produção de petróleo em dez anos, reduzindo 120 mil barris para alcançar um total de 2,37 bilhões de barris extraídos. A queda, que chega à margem de 11% na comparação com o ano passado, vem sendo motivada pela crise econômica venezuelana, que atualmente dificulta o avanço de novos projetos e torna o fornecimento de equipamentos mais escasso no setor. As informações foram divulgadas nesta semana pelo novo relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Segundo os dados da entidade, a Venezuela registrou uma queda de 5% em seus índices produtivos frente ao mês passado. No acumulado, esta é a pior diminuição já apresentada pelo país desde 2003, ano que em os trabalhadores da estatal PDVSA mobilizaram uma greve nacional. Com a crise, vem a falta de pagamentos e o impacto sobre as demais empresas do setor. O horizonte de pessimismo vem afastando fornecedores do mercado venezuelano e em abril foi a vez da Schlumberger, que anunciou uma redução de suas atividades no país devido ao não recebimento de recursos do governo. Em comunicado, a companhia afirmou que iniciaria um corte de operações gradativo, mantendo apenas serviços para petroleiras que seguissem com bom fluxo de caixa. O baixo preço do barril, no entanto, vem atingindo o setor no mundo inteiro. Com a cotação estabilizada em níveis baixos, a Opep registrou em 2015 uma receita de US$ 404 bilhões com a exportação de petróleo, em uma queda de 46% frente aos US$ 753 bilhões obtidos no ano anterior. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE), que projeta uma receita ainda menor para este ano, com um total de US$ 341 bilhões até dezembro.
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