O notório ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que comandou as finanças do partido no auge do escândalo do Petrolão, é alvo - mais uma vez - de investigações policiais que combatem escândalos de propina. Ao lado do também ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, Vaccari é alvo de apurações da Operação Custo Brasil. Vaccari já está preso em Curitiba desde abril do ano passado e foi condenado pelo juiz Sergio Moro a cerca de 25 anos de prisão em dois processos. A nova ofensiva contra Vaccari agrava a situação do petista que ameaça fechar um acordo de delação premiada e detalhar os meandros do esquema de arrecadação de propina do partido, incluindo minúcias da campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2014 e as traficâncias do ex-presidente Lula. Paulo Ferreira, por sua vez, já havia aparecido em depoimentos do delator Alexandre Romano, conhecido como Chambinho, como um dos destinatários de "repasses" e conhecedor do esquema de pagamento de propinas por meio da empresa Consist. "Paulo Ferreira, ex-secretário de Relações Institucionais do PT, lhe procurou, de forma autônoma, pedindo repasses ao escritório Portanova para 'ajudá-lo'. Paulo Ferreira já sabia do contrato da Consist porque o declarante já havia comentado com ele sobre o contrato, especialmente porque estava preocupado com a situação do contrato", diz trecho de um depoimento prestado por Chambinho. O Portanova a que o delator se refere é o escritório Portanova&Advogados Associados, que tem como sócio Daisson Portanova, também alvo da Operação Custo Brasil. O escritório já havia sofrido buscas na 18ª fase da Operação Lava Jato, em agosto do ano passado, após revelações de que recebeu dinheiro do esquema da Consist. Segundo o Ministério Público, as investigações apontam para a "participação ativa de Ferreira e Vaccari para que a Consist fosse contratada" e parte dos valores desviados para o PT.
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