O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, anulou nesta terça-feira os efeitos da portaria que nomeou Giles Azevedo para o cargo de assessor especial da Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil da Presidência da República. A nomeação de um dos principais auxiliares de Dilma no governo Temer levou o ministério a explicar que só estava colocando Giles no posto para ele continuar assessorando a presidente afastada e não para integrar a equipe de Padilha. O ato, no entanto, foi revogado hoje, segundo publicação do Diário Oficial da União. Segundo o ministro Eliseu Padilha, foi o Palácio da Alvorada que pediu a anulação da portaria. A assessoria de imprensa da presidente afastada disse que ele foi exonerado do gabinete pessoal dela e nomeado na Casa Civil “à revelia, sem ter sido consultado”. Giles não aceitou o “jeitinho” de Padilha, a quem ficou oficialmente subordinado, conforme a equipe de Dilma. Antes de deixar o Planalto, Dilma havia nomeado o assessor e homem de confiança dela como secretário-executivo do Gabinete Pessoal da Presidente da República. Ele ocupava um cargo com salário de cerca de 18.000 reais e nível DAS 102.6. Agora, seria rebaixado para Assessor Especial da Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais, um posto de DAS 102.5 da Casa Civil, com salário de cerca de 11.000 reais. Com a decisão, Giles fica sem cargo na equipe de assessores de Dilma, ocupando posto no seu orgão de origem. Ele é servidor de carreira, concursado como geólogo e lotado na Superintendência do Departamento Nacional de Produção Mineral no Rio Grande do Sul, vinculado ao Ministério de Minas e Energia. De perfil discreto e um dos poucos homens em quem Dilma confia, Giles já foi citado nas investigações da Operação Lava Jato. Ele teria pressionado, junto com o ex-ministro da Comunicação Edinho Silva, a Andrade Gutierrez a “doar” dinheiro à campanha da petista, em 2014, segundo um dos anexos da delação premiada do ex-presidente da empreiteira, Otávio Azevedo. Giles era coordenador da campanha de Dilma, e Edinho, o tesoureiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário