Quem assiste às histriônicas sessões da comissão de impeachment no senado se vê senadores do PT e do PCdoB se esgoelando para defender Dilma Rousseff deve achar que esses partidos não veem a hora de a presidente afastada subir de novo a rampa do Planalto. Ledo engano. Fora dos microfones, com as câmeras desligadas, os mais exaltados são os primeiros a confessar alívio com a volta à oposição e total descrença na viabilidade de volta de Dilma. Antes acossados pelas más notícias na economia e pela incapacidade de Dilma retomar a iniciativa política no governo, esses senadores agora estão livres para defender a narrativa de que houve um golpe, com a qual esperam fazer as pazes ao menos com uma parcela da sociedade que andava virando a cara para o PT. Parece já estar surtindo algum efeito: pesquisas em posse do governo temer mostram recuperação de algum apoio ao PT no Nordeste, por exemplo. Diante disso, o melhor dos mundos para candidatos a prefeito do PT é abraçar a tese do golpe e tentar fazer do limão uma limonada. A improvável volta de Dilma ao Planalto paralisaria o país mais uma vez e exporia a total inviabilidade de ela formar um governo outra vez. Os senadores estão adorando o road show da Dilma vítima, e acham que, quanto mais Temer tolher acesso da petista a meios como avião e suprimentos, melhor para eles saírem bem indignados nas imagens de TV.
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