A situação da estatal de energia Eletrobras, que enfrenta prejuízos bilionários desde 2012, é "insustentável" e exigirá uma revisão do tamanho e do papel da empresa no País, afirmou nesta sexta-feira o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. Ele adiantou que o governo prepara um plano de venda de ativos da companhia que deverá começar com empresas de distribuição e fatias minoritárias em usinas e linhas de energia. O ministro negou, no entanto, que existam planos neste momento para vender as maiores subsidiárias da estatal que atuam em geração e transmissão de energia - Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul. "Não vamos fazer uma liquidação da Eletrobras", disse Coelho Filho: "Mas tem, sim, determinação de redefinir o papel e o tamanho da empresa". Segundo ele, o governo vai preparar o processo de privatizações com apoio do Ministério do Planejamento, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do próprio ministério e seus órgãos técnicos, como a estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A idéia é iniciar as vendas pela distribuidora de energia Celg-D, que atende o Estado de Goiás. A privatização da distribuidora já havia começado a ser preparada pelo governo Dilma Rousseff, que chegou a definir um preço mínimo para a empresa e contratar o BNDES para apoiar o processo, mas não chegou a publicar o edital: "O processo vai começar com a Celg, até porque já está bem encaminhado, mas não vai parar por aí, a idéia é seguir adiante. A Eletrobras tem cerca de 180 SPEs (Sociedades de Propósito Específico). São ativos importantes, valiosos, e não faz sentido na situação que a empresa está manter todas essas SPEs". Ele também afirmou que a venda de subsidiárias de distribuição da Eletrobras deverá ir adiante após a Celg-D: "Está muito claro que as distribuidoras não devem ficar sob o guarda-chuva da Eletrobras". As sete distribuidoras da Eletrobras atendem, além de Goiás, Estados das regiões Norte e Nordeste, como Acre, Amazonas, Alagoas, Piauí, Rondônia e Roraima. As empresas acumulam prejuízos devido a elevados índices de inadimplência e furtos e perdas de energia em seus mercados. Coelho Filho acrescentou que o governo ainda não definiu uma data para realizar o leilão da Celg-D. Para fechar essas definições, o ministério aguarda, entre outros pontos, a chegada à equipe do matemático Luiz Barroso, que atualmente é diretor da consultoria PSR. Ele já aceitou convite para presidir a EPE. Segundo o ministro, Barroso deverá assumir o comando da EPE até o final do mês.
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