A Carta de Conjuntura confirma que o maior desemprego (12,80%) no primeiro trimestre deste ano é registrado no Nordeste, seguido pelo Sudeste (11,38%) e pelo Norte (10,48%). O desemprego atinge mais as mulheres (12,75%) que os homens (9,48%). Entre os que não são chefes de família, chega a 15% e entre os que são a 6,07%. O percentual de desempregados com ensino médio incompleto é de 14,95%. O coordenador destacou que, embora a Região Sul do País mostre uma taxa de desemprego ainda menor, ela apresentou a maior alta. Passou de 3,77%, no quarto trimestre de 2014, para 7,35% em 2016. “O aumento do desemprego no Sul foi muito expressivo”. O Sudeste também aumentou de forma considerável, mais do que o Norte e Nordeste. O desemprego registrou taxa de 6,60% no Sudeste do país no fim de 2014. O primeiro trimestre de 2016 foi marcado pelo fechamento de 323 mil postos com carteira assinada, contra 65 mil no ano passado. “A situação, que já estava ruim no ano passado, este ano está mais grave”. Conforme o economista, o comércio, com 167,2 mil vagas perdidas no período analisado, começou a demitir agora, enquanto a indústria, que fechou 67,5 mil postos formais, “já vem mandando embora há algum tempo, em nível bastante elevado”. O destaque ficou com o segmento industrial da construção civil, com fechamento de 43,9 mil vagas com carteira. Souza Júnior informou que a indústria da transformação também vem demitindo trabalhadores. A diferença é que nesta a perda salarial é menor, porque os empregados têm, em média, maior qualificação e sindicatos mais organizados e fortes. No setor de serviços, foram perdidos mais de 45 mil postos formais. O rendimento médio do trabalho no primeiro trimestre de 2016 alcançou R$ 1.974,00 - inferior a R$ 2.040,00 registrado no fim de 2014 e início de 2015. De acordo com o boletim do Ipea, “a queda generalizada nos rendimentos, somada à queda na ocupação, fizeram com que, entre fevereiro e abril de 2016, a massa salarial chegasse a R$ 173 bilhões (considerando reais de março), mesmo patamar em que se encontrava há três anos”. A taxa de crescimento anual do rendimento real médio caiu 3,3% no primeiro trimestre de 2016, seguindo tendência observada desde 2015. A retração foi observada em diferentes setores, mas mostrou maiores perdas nos setores com menor qualificação, como construção civil e comércio e entre os trabalhadores que recebem menos de um salário mínimo. O coordenador do Gecon disse ainda que a taxa de crescimento anual da massa salarial iniciou trajetória declinante em meados de 2015, atingindo queda de 4,3% no trimestre janeiro/março deste ano.
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