sexta-feira, 3 de junho de 2016

Delator Sérgio Machado diz que pagou propinas de mais de R$ 70 milhões a Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney


O delator ex-senador Sérgio Machado disse, em uma série de depoimentos após fechar acordo de delação premiada, que arrecadou e pagou mais de R$ 70 milhões desviados da Transpetro para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR), para o ex-presidente da República, José Sarney (PMDB-AP), entre outros líderes do PMDB. Segundo Sérgio Machado, a soma mais expressiva, R$ 30 milhões, foi destinada a Renan Calheiros, o principal responsável pela indicação dele para a presidência da Transpetro, subsidiária da Petrobras e maior empresa de transporte de combustível do país. Renan Calheiros indicou Sérgio Machado para a presidência da Transpetro em 2003, no início do primeiro mandato do poderoso chefão e ex-presidente Lula, e o manteve com apoio para a permanência dele no cargo até ano passado, mesmo depois de ter sido acusado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, de receber propina. Sarney também recebeu uma soma significativa, conforme a contabilidade do ex-presidente da Transpetro. Sérgio Machado disse que repassou aproximadamente R$ 20 milhões para o ex-senador durante o período que esteve à frente da estatal. Romero Jucá, que ficou uma semana como ministro do Planejamento do governo do presidente interino Michel Temer, foi destinatário de quantia similar à de Sarney, cerca de R$ 20 milhões. Sérgio Machado também disse que abasteceu também contas dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Jáder Barbalho (PMDB-PR). As acusações de Sérgio Machado são consideradas devastadoras. O ex-presidente da Transpetro falou sobre as somas repassadas aos padrinhos políticos dele e, como se não bastasse, indicou os contratos e os caminhos percorridos pelo dinheiro até chegar aos destinatários finais. 

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