A Pool Engenharia, empreiteira do empresário Efraim Braga Bezerra, faturou pelo menos R$ 75 milhões, entre 2004 e 2006, e mantém contratos de R$ 115 milhões com o governo federal. Efrain é irmão do ex-deputado estadual Eron Bezerra e cunhado da senadora comunista Vanessa Grazziotin, principais lideranças do PCdoB no Amazonas. Eron é pré-candidato a prefeito de Manaus. Os contratos foram fechados ao longo das administrações do poderoso chefão e ex-presidente Lula e da mulher sapiens Dilma Rousseff, a maioria com a Eletrobras Distribuição Amazonas, no programa "Luz para Todos", um dos carros chefes dos governos petistas no Estado para atender comunidades ribeirinhas. A Amazonas Distribuição informou que, atualmente, mantém três contratos com a Pool, sendo um para obras de reforma e ampliação de redes de distribuição de média e baixa tensão no Amazonas, de R$ 75.141.448,42, e dois no programa "Luz para Todos", para ampliação de rede de distribuição rural no Amazonas, de R$ 27.649.985,49 e R$ 12.502.189,50. Em abril de 2014, a comunista Vanessa Grazziotin chegou a fazer um requerimento, no Senado, solicitando informações ao Ministério de Minas e Energia sobre atrasos no pagamento de serviços do "Luz para Todos" no Amazonas, citando oito empresas, entre elas a Pool. No requerimento, a senadora perguntava as razões do inadimplemento no pagamento das empreiteiras, a previsão de pagamento e medidas tomadas para regularizar o cumprimento das metas. O ex-deputado Eron Bezerra, presidente estadual do PCdoB, disse que não há problema em o irmão dele manter contratos com o governo federal: “Até onde eu sei, isso não é proibido pela legislação”. Ele acrescentou que o requerimento apresentado pela senadora não tem nada escuso, “é público”: “A pergunta que deveria ser feita é por que a Amazonas Energia não pagou os serviços, pois os principais prejudicados eram as pessoas que seriam atendidas pelo programa Luz para Todos”. Em seu site na internet (http://www.grupopool.com/ abrangencia.php), a Pool informa que “implantou energia em dezenas de cidades e milhares de moradias no Amazonas”. E lista algumas obras. Em Manaus, a construção de hangar de Ponta Pelada, construção do estacionamento do Aeroporto Eduardo Gomes, construção de três blocos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), reforma no Aeroporto Eduardo Gomes, implantação do Luz para Todos em vários bairros, reformas de caldeiras e turbinas da Eletronorte e reforma da Ponte do Porto de Manaus. No interior do Amazonas, a empresa cita obras do governo federal em Itacoatiara, Tefé, Coari, Manacapuru, Iranduba, Parintins, Urucará, Careiro, Itapiranga, Silves, Boca do Acre, Apuí, São Paulo de Olivença, São Gabriel da Cachoeira, Barcelos, Carauari, Guajará, Barreirinha, Novo Airão, Canutama, Santa Isabel do Rio Negro, Autazes, Careiro Castanho, Juruá, Envira, Itamarati, Urucurituba, Boa Vista do Ramos, Nhamundá e Manaquiri. Na maioria dos municípios citados, as obras são relacionadas ao programa Luz para Todos. Além de obras no Amazonas, a Pool teve contratos para serviços em Roraima (Centro Federal de Educação Tecnológica e Receita Federal), no Acre (pavimentação em concreto armado e drenagem na coordenação regional da Suframa, em Rio Branco) e a construção de uma guarita na Vila Militar Bafuru 2, do Comando Militar da Amazônia, entre outros, segundo dados do Portal de Dados Abertos do governo federal. Em setembro de 2002, familiares de Eron Bezerra foram alvo de uma discussão entre ele e o então colega deputado estadual Paulo Freire (PTB), na Assembleia Legislativa do Estado. Freire denunciou que, por vários anos, o Porto de Manaus foi alvo de “atividades criminosas” de familiares de Eron. “Um deles, Jucenildo Bezerra, seria o proprietário de uma empresa fantasma que manteve relações comerciais com o porto até 1997”, disse Freire. Outro acusado foi Efrain que, segundo Freire, era dono da Pool Engenharia e Serviços – “empreiteira que teria realizado várias obras no Porto, algumas nunca executadas, sem licitação e por preços abusivos”. Freire disse, também, que um dos irmãos de Eron, Elildo Braga Bezerra - ex-funcionário da Guarda Portuária do Porto de Manaus -, teria sido demitido por “roubo”, porque “cobrava de R$ 2,00 a R$ 3,00 de cada carro que entrava na área portuária, arrecadando de R$ 600,00 a R$ 1.200,00 diariamente”. Eron foi chamado em plenário de "verme".
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