Em reunião na tarde desta terça-feira (24) entre o presidente da República interino, Michel Temer, e seis deputados federais, discutiu-se a possibilidade de uma conversa com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, sobre o prazo de conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e reuniu o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), e os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Rogério Rosso (PSD-DF), Paulo Pereira da Silva (SD-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA). Sob condição de anonimato, alguns parlamentares que participaram do encontro afirmaram que houve uma avaliação geral de que a demora na conclusão do processo pelo Senado atrapalha muito a gestão de Temer. A interinidade, e não a titularidade, lhe tira poder político em um momento que precisa se firmar e aprovar medidas impopulares, além de dar margem a eventuais movimentos para a volta de Dilma, como o iniciado com a queda de Romero Jucá do Planejamento. Um emissário de Temer, do governo ou do Congresso, deve procurar Lewandowski para discutir o cronograma de desfecho do impeachment. Há no grupo que se reuniu com o presidente quem defenda a aceleração da tramitação no Senado. A expectativa até agora é a de um desfecho até setembro. Como presidente do STF, Lewandowski comanda essa fase de tramitação do impeachment, em que Dilma está sendo processada no Senado. Ainda de acordo com os relatos, Temer atribuiu as dificuldades iniciais à necessidade de tomar variadas medidas, em todas as áreas e, também, à situação provisória de interinidade. "Sou uma consequência da Constituição", disse o presidente, segundo deputados, em referência à previsão constitucional do impeachment. O PT e aliados dizem que, ao trabalhar para ter os votos para afastar Dilma, Temer liderou um golpe legislativo. Na reunião, deputados e Temer também discutiram formas de ajustar a relação governo-Câmara nesse início de governo interino. Deputados apontaram falhas, como demora na reunião do ministro Geddel Vieira Lima (Governo) com os líderes partidários, a não indicação até a tarde desta terça-feira dos vice-líderes na Câmara, e uma combinação prévia com sua base de apoio para minimizar manifestações como a de segunda, quando o presidente interino foi submetido a um coro de "golpista" por petistas e assessores do partido ao ir ao Senado entregar o projeto de revisão da meta fiscal.
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