Um dos maiores cantores brasileiros, provido de uma voz imponente que remetia à era de ouro do rádio, Cauby Peixoto morreu na noite deste domingo, por volta das 23h50min, aos 85 anos, em São Paulo. O artista estava internado no Hospital Sancta Maggiore na Avenida Amaro, na Zona Sul de São Paulo. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do cantor, que publicou um comunicado no Facebook oficial do cantor: "Com muita dor e pesar informamos aos amigos e fãs que nosso ídolo Cauby Peixoto acaba de falecer as 23:50 do dia 15 de maio. Foi em paz e nos deixa com eterna saudades. Pra sempre Cauby!". Cauby estourou em meio à geração dos cantores de rádio, na virada para os anos 1950, época que consolidou a gênese da moderna música popular brasileira. A repercussão veio com "Blue Gardenia", versão brasileira da canção do repertório de Nat King Cole que lhe valeu a entrada no elenco da Rádio Nacional. Em 1956, gravou pela primeira vez a música "Conceição" (Jair Amorim/ Dunga), grande sucesso de sua carreira. Repetindo o fenômeno do célebre cantor Orlando Silva, Cauby tinha uma popularidade comparável à de uma grande estrela pop internacional. Tinha as roupas rasgadas pelas fãs, em uma estratégia de marketing planejada pelo empresário Edson Collaço Veras, o Di Veras, morto em 2005. Por sugestão dele, adotou um figurino extravagante, sempre com um indefectível terno, e a peruca de cachos negros que virou marca registrada. Ainda nos anos 1950, viajou aos Estados Unidos como plano de uma carreira internacional. Ganhou reportagens nas revistas Time e Life como o "Elvis Presley brasileiro" e chegou a fazer temporada de um ano de shows. Nascido em Niterói (RJ), em uma família de músicos, Cauby era primo do cantor Cyro Monteiro, que havia popularizado, em 1937, o samba "Se Acaso Você Chegasse", de Lupicínio Rodrigues. O pai era violonista, e o tio, o pianista de samba Romualdo Peixoto, conhecido como Nonô. Os irmãos também seguiram a carreira musical. Com a ascensão da bossa nova, nos anos 1960, o estilo de canto impostado passou a ser considerado anacrônico. Entrou em um período de relativo ostracismo, embora não tenha deixado de gravar, e voltou aos holofotes em 1980 com o disco "Cauby! Cauby!" (Som Livre), que marcava os 25 anos de carreira e incluía sucessos como "Bastidores" (Chico Buarque) e "Loucura" (Joanna e Sarah Benchimol). Desde então, teve reservado para si um espaço singular na música brasileira na categoria dos "últimos românticos", onde também está Angela Maria. Antes, em 2007, ganhou o Grammy Latino de melhor álbum de música romântica com Eternamente Cauby Peixoto - 55 Anos de Carreira (Atração).
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