Considerado pelo Palácio do Planalto o último bastião da governabilidade no Congresso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira (31) que a decisão de seu partido de abandonar a base governista, confirmada por aclamação em reunião na terça-feira (29), foi "precipitada" e não representa "um movimento consistente". "O PMDB demonstrou uma férrea unidade na convenção quando elegeu Michel Temer em chapa única, de modo que mostrou que pode construir a unidade na adversidade. Agora é evidente que a reunião do Diretório precipita posições de partidos, do próprio governo, o que significa dizer em bom português que talvez não tenha sido um movimento consistente". Ao avaliar a antecipação da reunião do diretório nacional – na convenção nacional do partido, ficou acertado que esse encontro seria somente em 12 de abril– Renan falou em "precipitação" e descreveu uma série de desencontros dentro do PMDB a partir da ocasião. "Essa reunião do PMDB sem dúvida foi uma reunião precipitada, porque havia um acordo na convenção partidária, que elegeu a chapa única, que as moções seriam apreciadas apenas pelo diretório e não naquela convenção. Aquela convenção, era o acordo, elegeria a chapa única que tinha como presidente do partido, o presidente Michel Temer, com a participação das demais correntes partidárias. A convenção surpreendeu a muitos votando a moção e como consequência de votação da moção realizou a reunião do Diretório Nacional para definir com relação ao afastamento do governo".
Questionado sobre qual será a postura do PMDB caso a presidente Dilma Rousseff consiga os votos necessários para se manter no cargo, Renan colocou o PMDB como pilar da governabilidade e disse não acreditar que o partido migre para a oposição. "Eu não acredito que o PMDB, seja qual for o cenário, vá liderar uma corrente de oposição no parlamento. A maioria parlamentar está tão difícil e dela será mais difícil se se ausentar o PMDB".
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