O agravamento da crise fiscal forçará os partidos a um entendimento para que sejam feitos os ajustes necessários, disse nesta quinta-feira (31) em Washington o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro. Segundo ele, a perda tributária é "dramática" – em fevereiro a receita total do governo caiu 11,4% em relação ao mesmo período de 2015. Diante da dificuldades políticas do governo em aprovar medidas para reequilibrar suas contas, o ministro diz que cria-se um "paradoxo". "O agravamento desse quadro fiscal vai necessariamente produzir um entendimento mínimo sobre as saídas [da crise], sob pena de colocarmos o próprio financiamento público em risco em áreas que são essenciais", disse Monteiro: "O problema não é só do governo". Nesta quarta-feira (30), o ministro participou na capital americana de reunião da Comissão Econômica Brasil-EUA e de um encontro com empresários brasileiros e americanos. Estiveram presentes representantes de grandes empresas dos EUA, como Amazon, GE, Procter&Gamble, WallMart e Catterpilar. Apesar da crise, o ministro disse que os empresários consideram as investigações da Lava Jato um sinal positivo sobre "o ambiente institucional" no Brasil. Segundo ele, não há risco de essas empresas "se desinteressarem" pelo Brasil. No setor privado americano, afirmou Monteiro, predomina a visão de que as instituições do Brasil estão sendo submetidas a uma espécie de "teste de estresse", e que o País vai passar por ele. Na avaliação do ministro, não há "requisitos minimamente compatíveis com a Constituição" que justifiquem o impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Vamos ao final garantir que a saída da crise se dará sem ruptura e, na minha avaliação, com a manutenção e o respeito ao mandato da presidente, que foi legitimamente conquistado", disse Monteiro.
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