A conta de e-mail "mbahia", utilizada por Marcelo Odebrecht, "sumiu" e não pode ser recuperada por falta de "backup" nos servidores do grupo Odebrecht. Esta foi a justificativa do chefe de Tecnologia de Informação do conglomerado, Alessandro Tomazela, para não cumprir ordem judicial para entregar cópia de todas mensagens relacionadas à conta de Odebrecht, preso desde junho de 2015. Os computadores que armazenam os e-mails do grupo ficam no Panamá, mas Tomazela, que tem acesso remoto aos servidores, disse que não encontrou os registros da conta do dono da empreiteira nem nos backups. Ele nega que tenham sido apagadas. O chefe de tecnologia não ofereceu uma explicação clara para o sumiço dos arquivos da "mbahia" (a conta existia até 31 de janeiro). Ele afirma que dados de e-mails são automaticamente excluídos quando alguém se desliga da Odebrecht sem que o setor de recursos humanos notifique o setor de tecnologia. Tomazela foi ouvido em São Paulo, no dia 22 de fevereiro, dia em que a Polícia Federal deflagrou a fase Acarajé da Operação Lava Jato, que tinha o marqueteiro do PT, João Santana, como alvo. No depoimento, ele disse que só é feito o backup de e-mails com até 3 GB. Contas com mais de 10 GB não têm backup. Especialistas ouvidos dizem que a explicação é pouco crível: quanto mais alto é o cargo de responsabilidade, maior costuma ser o espaço de armazenamento dos e-mails. O "sumiço" atingiu outras duas contas, que pertencem a Fernando Migliaccio e Hilberto Mascarenhas – executivos suspeitos de serem os operadores das offshores que fizeram pagamentos ao marqueteiro João Santana e a executivos da Petrobras em contas secretas na Suíça. Migliaccio foi preso na Suíça em fevereiro por tentar encerrar contas naquele país. Já Mascarenhas figura como controlador de contas suíças em nomes de offshores usadas pela Odebrecht, segundo as investigações.
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