Depois de ter convocado uma reunião de emergência nesta quinta-feira para avaliar o estrago político das primeiras revelações do acordo de delação premiada do seu ex-líder do governo Delcídio do Amaral (PT-MS), ainda não homologado pela Justiça, a presidente Dilma Rousseff criticou o que classificou como "vazamentos apócrifos, seletivos e ilegais" de informações sobre colaborações judiciais na Operação Lava Jato. Dilma, no entanto, não negou taxativamente nenhuma das acusações de Delcídio, como a de que teria aparelhado o Poder Judiciário, com a nomeação do ministro Navarro Dantas para o Superior Tribunal de Justiça, para libertar empreiteiros enrolados no petrolão, ou a de que tinha completo conhecimento da inviabilidade e teria feito ingerência para a compra da refinaria de Pasadena. Acuada pelas suspeitas levantadas por Delcídio, Dilma se limitou a afirmar que os vazamentos de trechos da delação "ferem a lei, a justiça e a verdade". Nenhuma palavra sobre as tentativas de travar as investigações da Operação Lava Jato. Nenhuma linha sobre o padrinho político Lula, também alvejado por Delcídio. "À luz de nossa lei maior defendemos o cumprimento estrito do devido processo legal. Os vazamentos apócrifos, seletivos e ilegais devem ser repudiados e ter sua origem rigorosamente apurada, já que ferem a lei, a justiça e a verdade", disse Dilma. "Todas as ações de meu governo têm se pautado pelo compromisso com o fortalecimento das instituições de Estado, pelo respeito aos direitos individuais, o combate à corrupção e a defesa dos princípios que regem o Estado Democrático de Direito. Nós cumprimos rigorosamente o que estipula a nossa Constituição", completou ela. "Em meu governo, a lei é o instrumento, o respeito ao cidadão é a norma e a Constituição é, pois, o guia fundamental de nossa atuação."
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