O promotor argentino Ricardo Sáenz, chefe da Câmara Nacional de Apelações de Crimes, declarou nesta quinta-feira que o procurador-geral Alberto Nisman foi assassinado. "Não existem dúvidas de que não foi Nisman que disparou a arma que o matou, o que leva, necessariamente, a concluir que ele foi vítima de um homicídio", disse. Além disso, o promotor pediu que a investigação sobre a morte de Nisman seja realizada pela Justiça Federal. A decisão do órgão será anunciada em 18 de março. Essa é a primeira vez que um representante da Justiça dá uma opinião sobre a morte do procurador-geral, que apareceu morto após denunciar que a então presidente Cristina Kirchner teria acobertado terroristas iranianos. Até o momento, a promotora do caso, Viviana Fein, e a juíza que investiga sua morte, Fabiana Palmaghini, haviam dito que não descartavam a hipótese tanto de suicídio quanto de homicídio. Nisman foi encontrado morto no banheiro de seu apartamento no luxuoso bairro de Puerto Madero um dia antes de discurso no Congresso, em 18 de janeiro do ano passado. Na época, ele investigava se Cristina havia acobertado por motivos econômicos os suspeitos iranianos do atentado ao centro judaico Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos em 1994. A coincidência da data levantou a suspeita de que sua morte teria sido uma queima de arquivos. O corpo do promotor foi encontrado com um tiro na cabeça. Ao lado do cadáver, havia uma pistola de calibre 22, que, no entanto, não lhe pertencia. Um exame negou presença de pólvora na mão do promotor. Pouco antes de morrer, ele disse a um colaborador próximo que não confiava em seus seguranças. O que se sabe até agora é que a cena do crime foi violada.
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