As gigantes do agronegócio Louis Dreyfus e Cargill venceram junto com a produtora de celulose Fibria os leilões de áreas portuárias em Santos que disputaram nesta quarta-feira. Foi o segundo certame de infraestrutura logística organizado pelo governo federal neste ano e o primeiro de portos. No total, o leilão arrecadou cerca de 430,5 milhões de reais. A disputa ocorreu depois do leilão da ponte Rio-Niterói, em março deste ano, que foi baseado em deságio de tarifa de pedágio e vencido pelo grupo Ecorodovias. Louis Dreyfus e Cargill ganharam em consórcio direito a explorar a área STS04, conhecida como Ponta da Praia, no porto. O consórcio, controlado em 60% pela Louis Dreyfus, ofereceu valor de outorga de 303,07 milhões de reais, superando lance de 5 milhões feito pela brasileira Agrovia SA. A área é destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos, com obrigação de movimentação mínima anual de 3,9 milhões de toneladas no terceiro ano de concessão e de 4,1 milhões a partir do quinto ano. Já a Fibria venceu em fase de leilão viva voz a rival Eldorado Celulose na disputa pela área STS07, conhecida como "Macuco", para movimentação e armazenagem de papel, celulose e carga geral. A Fibria, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, ofereceu valor de outorga de cerca de 115 milhões de reais, pouco acima dos 110 milhões constantes na abertura do envelope com o lance inicial da companhia. A Eldorado tinha ofertado inicialmente 95 milhões de reais. Também parte do leilão, a brasileira Marimex foi a única proponente no leilão da área STS36, conhecida como "Paquetá", também para movimentação de papel, celulose e carga geral, vencendo a licitação com lance de 12,5 milhões de reais. O leilão foi o primeiro para arrendamento de áreas para terminais portuários do País. As áreas integram a primeira fase do Bloco 1 do Programa de Arrendamentos de Áreas Portuárias do governo federal. O bloco 1 conta com 29 áreas, de um total de 93. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) prevê que todo o Bloco 1 deve ser licitado até o fim de 2016, com vinte áreas no Pará e nove em Santos. Originalmente, o certame desta quarta-feira deveria incluir também área no Porto de Vila do Conde, no Pará, mas ela foi suspensa por falta de interessados. O terminal de grãos em Vila do Conde fará parte da segunda fase do Bloco 1, prevista para o início do próximo ano, em conjunto com outras áreas localizadas nos portos do Pará, segundo a Antaq.
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