Nesta quarta-feira, a agência de classificação de risco Moody's colocou em perspectiva negativa a avaliação que ela faz sobre a capacidade do Brasil de cumprir seus compromissos. Hoje, o Brasil tem nota "Baa3" na escala da Moody's, a última dentro da lista de bons pagadores (ou investment grade). Segundo a Moody's, a revisão é consequência da acelerada deterioração das condições macroeconômicas e das tendências fiscais do País. Em comunicado, a agência citou ainda, entre outras coisas, o risco de paralisia política. A analista sênior para rating soberano da Moody's, Samar Maziad, avaliou que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff desvia a atenção do Congresso das medidas necessárias para a recuperação fiscal do Brasil. "Ele deixa uma dinâmica política complicada ainda mais complicada", disse. Em setembro, o Brasil perdeu o selo de bom pagador na escala de outra agência de rating, a Standard & Poor's. Muitos investidores internacionais, entre eles bilionários fundos de pensão com recursos alocados mundo afora, preveem em seus estatutos que seus administrados só podem investir em países e empresas que recebem o selo de bom pagador em pelo menos duas das três principais agências de classificação de risco (a outra é a Fitch). Assim, se o Brasil for rebaixado pela Moody's como já foi pela S&P, a tendência é de fuga compulsória de muitos recursos que hoje estão alocados no país. Nota em perspectiva negativa sugere que o rebaixamento pode ocorrer em prazos que, em geral, vão de 18 a 24 meses.
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