O empresário Ivo Nascimento de Campos Pitanguy, de 59 anos, filho do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, atropelou e matou um operário das obras do metrô do Rio de Janeiro na noite de quinta-feira (20). Pitanguy, que tem 70 multas e mais de 240 pontos na carteira, está sendo mantido sob custódia por dois policiais militares no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Ele foi preso em flagrante após atropelar José Fernando Ferreira da Silva, de 44 anos. A vítima não sobreviveu. No acidente, Pitanguy perdeu o controle do veículo que dirigia, bateu em um poste e atropelou Silva, que terminara seu turno nas obras da linha 4 do metrô. Os dois foram socorridos por bombeiros e levados para o hospital. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Silva chegou a ser levado para o centro cirúrgico, teve uma perna amputada, mas não resistiu aos ferimentos. Já o empresário sofreu traumatismo craniano e uma lesão no couro cabeludo. Ele passou por cirurgia e seu quadro de saúde é considerado estável. A enfermaria em que Pitanguy está é composta por macas dispostas lado a lado. De acordo com a Polícia Militar, o empresário não apresenta um perfil de risco para os outros pacientes ou de fuga e, por isso, está sendo mantido sem algemas. A delegada responsável pelo caso, Monique Vital, titular da 14ªDP (Leblon), afirmou que um PM e dois bombeiros que socorreram o motorista disseram que Pitanguy estava visivelmente alterado e com hálito alcoólico. Segundo Monique, os bombeiros afirmaram em depoimento que "em momento algum o motorista se preocupou com a vítima". Ainda de acordo com a delegada, Pitanguy possui uma extensa ficha de transgressões no trânsito. "Ele possui uma ficha enorme no Detran. São 23 folhas, com 70 multas, mais de 240 pontos na carteira. Dessas, 14 são por dirigir embriagado", afirmou. O Detran afirmou que irá suspender a habilitação do empresário. Só agora, depois de ele ter matado uma pessoa? O advogado da família Pitanguy, Rafael de Piro, disse que o acidente foi uma fatalidade. "Estava chovendo muito e o carro não ficou danificado demais. Ou seja, isso aponta que ele não estava em alta velocidade". Foi feita perícia no local e os agentes solicitaram imagens de câmeras que possam ter registrado o acidente. O corpo de Silva permanece no IML (Instituto Médico Legal), no Rio. De acordo com o irmão, Ernani Ferreira da Silva, a vítima trabalhava na construtora Odebrecht e desempenhava a função de encarregado de turno. "Ele deixa dois filhos menores de idade, um de 11 anos e outro de 5. Ele morava em São Paulo, mas estava aqui pelas obras. Era um rapaz dedicado, muito trabalhador, muito empenhado. A família está arrasada", disse. Ainda segundo o irmão, o corpo deverá ser levado para a cidade natal, em Sertânia, Pernambuco, onde será enterrado.
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