A França rejeitou nesta sexta-feira (3) um pedido de asilo apresentado pelo fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, refugiado há três anos na embaixada do Equador em Londres, informa um comunicado da presidência francesa. "Dados os elementos jurídicos e a situação material do senhor Assange, a França não pode dar prosseguimento a seu pedido", afirma o comunicado: "A situação de Assange não apresenta perigo imediato". A nota recorda ainda que o fundador do WikiLeaks "é objeto de uma ordem de detenção européia". Assange pediu asilo político a França em uma carta dirigida ao presidente François Hollande e publicada pelo jornal Le Monde. No texto, Assange afirma que a França é o único país que pode dar "a proteção necessária" contra "as perseguições políticas" de que é objeto. "Ao me acolher, a França faria um gesto humanitário e também simbólico, enviando seu alento a todos os jornalistas e responsáveis por alertas que, em todo o mundo, arriscam sua vida de maneira cotidiana para permitir a seus concidadãos dar um passo a mais para a verdade", escreveu. "Apenas a França está atualmente em condições de oferecer-me a proteção necessária contra, e exclusivamente contra, as perseguições políticas de que sou objeto. Como Estado membro da União Européia, como país comprometido ao longo de toda sua história com a luta pelos valores que eu assumi como meus, como quinta potência mundial, a França pode atuar, se desejar", completa Assange. O ativista se descreve na carta como "um jornalista perseguido e ameaçado de morte pelas autoridades" americanas em consequência de suas "atividades profissionais". "Nunca fui acusado formalmente de um delito ou de um crime de direito comum, em nenhuma parte do mundo, incluindo Suécia e Reino Unido", completa. O fundador do WikiLeaks, que completou 44 anos nesta sexta-feira, vive recluso há três anos na embaixada do Equador na Grã-Bretanha, para escapar de um pedido de extradição para a Suécia, onde duas mulheres o acusaram de agressão sexual, o que ele nega. O pedido de asilo a França foi feito depois das novas revelações do WikiLeaks sobre a espionagem de vários chefes de Estado franceses, incluindo Hollande, pela Agência de Segurança Nacional (NSA) americana.
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