domingo, 1 de março de 2015

Polícia Federal informa que acabaram os bloqueios de estradas no Rio Grande do Sul

Estado que concentrou a maior parte dos protestos no final de semana e onde um caminhoneiro morreu após ser atropelado por um caminhão, o Rio Grande do Sul não registra nenhuma manifestação da categoria na tarde deste domingo (1), segundo a Policia Rodoviária Federal. No País todo, o número de interdições nas rodovias diminuiu: são 12 em dois Estados, de acordo com dados das 18h30 da corporação. Na tarde de sábado (28), eram 56 interdições em seis Unidades da Federação –o RS somava metade desse número. Segundo a Polícia Federal Rodoviária, no começo da noite há dois trechos de estradas federais bloqueados em Mato Grosso e dez em Santa Catarina. 


Os protestos dos caminhoneiros contra o aumento do diesel e pela alta do valor do frete completou neste domingo 11 dias, mas perdeu a força que teve na semana passada. No auge das manifestações, a categoria bloqueou 129 trechos em 14 Estados – incluindo São Paulo. Desde quinta-feira (26), após o governo ter anunciado um acordo com os caminhoneiros, cresceu a repressão contra os atos. Neste domingo, nove pessoas foram presas no RS, segundo Alessandro Castro, diretor de comunicação da Polícia Federal Rodoviária gaúcha. A repressão cresceu após a morte do caminhoneiro e consequente aumento de bloqueios no Estado. Duas dessas prisões foram em Camaquã, na BR-116. Segundo Castro, os manifestantes desobedeceram a ordem judicial de desobstruir a pista e incentivaram a desordem pública por estarem coagindo os caminhoneiros a pararem nos postos. Em Pelotas outros sete manifestantes foram conduzidos à Polícia Federal por incentivo à desordem no km 66 da BR-392. Ações como a do Rio Grande do Sul se repetiram em outros Estados. Segundo a diretora geral da corporação, Maria Alice Nascimento, os policiais federais mantêm o monitoramento nas estradas com o apoio da Força Nacional de Segurança Pública e as polícias estaduais. "O trabalho continua até o restabelecimento completo do transporte de carga, para garantir o abastecimento da população e a normalidade da atividade econômica", disse Maria Alice, por meio da assessoria da polícia. Segundo Paulo Estausia, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística, o momento agora é de recuar e tentar avançar com as negociações. No próximo dia 10, está agendada uma reunião com o governo e desembargadores para discutir a revisão do valor do frete, uma das reivindicações da categoria: "Agora vamos esperar os próximos passos, mas os avanços são históricos na pauta da categoria". Apesar da fala de Estausia, o movimento está dividido e ainda há líderes que defendem a retomada dos protestos nesta segunda-feira (2). Esses líderes, a maioria do Sul, não reconhecem o acordo anunciado pelo governo na quarta-feira (25). Além da redução no preço do diesel e do aumento do frete, a categoria pede diminuição do pedágio e mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho.

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