O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, decidiu nesta sexta-feira devolver à Autoridade Nacional Palestina (ANP) o valor dos impostos recolhidos dos palestinos, retidos desde janeiro, informou seu escritório em comunicado. A suspensão dos pagamentos foi decretada como represália ao governo palestino, que apresentou uma solicitação de acesso ao Tribunal Penal Internacional (TPI). A ação indica o desejo de Israel em aliviar as tensões com os governos palestino e americano, avalia o jornal The New York Times. Netanyahu decidiu aceitar a recomendação do ministro da Defesa israelense, Moshe Yaalon, do Exército e do serviço secreto Shabak, para devolver o dinheiro arrecadado antes que isso afete a situação na Cisjordânia e se transforme em uma nova revolta palestina. "Devido à deterioração da situação no Oriente Médio, é preciso atuar com responsabilidade e levar em consideração o que é pertinente na luta decisiva contra elementos extremistas", diz uma breve nota de imprensa do Escritório do primeiro-ministro. A quantia a ser liberada supera 1 bilhão de dólares (mais de 3 bilhões de reais) e corresponde a impostos arrecadados por Israel em nome dos palestinos. A coleta das taxas faz parte dos acordos de paz entre os dois rivais históricos. Os encargos, que equivalem a uma parcela significativa do orçamento da Palestina, prejudicaram a economia local nos últimos meses. As autoridades deixaram de pagar o valor total do salário de seus milhares de funcionários. O Exército israelense já tinha advertido que a medida podia elevar a tensão na região e vinha pressionando o governo. O Executivo israelense antecipou que serão devolvidos os impostos acumulados até fevereiro e que da soma global serão deduzidas as quantias que a ANP tem em dívida com Israel por eletricidade, água e serviços médicos prestados a sua população. A decisão de liberar o dinheiro veio depois que o partido de Netanyahu, Likud, venceu as eleições legislativas e conquistou o maior número de cadeiras no Parlamento de Israel, e em meio a uma crise de relacionamento com o governo americano. A tensão começou após o primeiro-ministro declarar que descartaria a criação do Estado palestino em caso de reeleição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário