Alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal por ter sido citado no escândalo do Petrolão do PT, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) utilizou nesta terça-feira a tribuna do Senado - pela primeira vez desde que foi eleito - para negar que tenha recebido propina do esquema de corrupção e fraudes na Petrobras. Antonio Anastasia foi citado em novembro do ano passado em depoimento do agente federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca e apontado como entregador de propina do doleiro Alberto Youssef. De acordo com Careca, que só apontou o suposto beneficiário do dinheiro após ser confrontado com uma foto de Anastasia, o tucano recebeu 1 milhão de reais em 2010 em uma casa de Belo Horizonte. Na época, Youssef teria dito que o destinatário era o senador, candidato à reeleição ao governo mineiro. Na sequência, porém, o doleiro negou ter enviado propina a Anastasia. O senador tucano relatou sua trajetória política e disse que, em 30 anos de vida pública, "jamais, teve questionada a retidão ética". "É lançada contra mim uma infâmia de grandes proporções, de forma cruel e covarde. Aquele que me envolve em toda esta situação não diz a verdade: ou mente ou se engana. Trata-se de singular personagem: policial federal, trai a sua instituição e se transforma em distribuidor de recursos ilícitos. Os fatos descritos são tão falaciosos e contrários à minha notória índole que serviriam para uma boa novela de ficção, não fosse a gravidade de se acusar um homem de bem", disse. "A fala de um desqualificado, sem qualquer compromisso com a verdade e sem qualquer prova do que alega, não pode macular trinta anos de ilibada vida pública", completou. Após a manifestação de Anastasia, senadores tucanos como Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Tasso Jereissati (CE), Cássio Cunha Lima (PB), Aloysio Nunes (SP) e Alvaro Dias (PR) fizeram discursos de apoio ao correligionário. "A barbaridade da história (que acusa Anastasia) e a fantasia que a emoldura são uma tese que não cabe no perfil de Anastasia. A acusação não surge de nenhuma das delações premiadas e será desmontada cabalmente", disse o senador Aécio Neves. "Tenho a certeza absoluta que o episódio vai ser esclarecido com a maior rapidez possível", completou Tasso. "A história não fica de pé. Não há cheiro de verossimilhança. Vossa Excelência não tem nada a ver com essa história de Lava Jato, de petrolão, esse monstruoso esquema de corrupção, um esquema para sustentar um projeto de poder ao qual o senhor se opõe", afirmou Aloysio Nunes: "Temos que ter um processo rápido para que essa ignomínia fique na lata de lixo, de onde nunca deveria ter saído", disse José Serra, que classificou o escândalo do Petrolão do PT como um "esquema de corrupção como método de governo".
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