segunda-feira, 9 de março de 2015

Eduardo Cunha diz que defesa vê incoerências em acusação

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta segunda-feira (9) que a avaliação inicial de sua defesa sobre o inquérito que apura seu envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras apontou várias "incoerências" no pedido do Ministério Público Federal e acolhido pelo Supremo Tribunal Federal. Eduardo Cunha se reuniu nesta segunda-feira com o advogado Antonio Fernando de Souza, ex-procurador-geral de Justiça, autor da denúncia do Mensalão do PT, para discutir o parecer do atual procurador-geral, Rodrigo Janot. No encontro, ficou acertado que a defesa vai solicitar cópias dos vídeos com as gravações dos delatores e será feita varredura em todos os pedidos de abertura de inquéritos. Ao todo, o Supremo autorizou investigação de 49 políticos, sendo 34 congressistas. Além de Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também figura será alvo do Supremo. Eduardo Cunha foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de receber propina por um contrato com a petroleira. Eles nega quaisquer irregularidades e acusam o governo de ter atuado para que eles fossem alvos de investigação. "Fui olhar com ele todo o conteúdo. Ele (advogado) vai entrar com o requerimento para pedir os vídeos, os conteúdos das delações para que se possa formar esse detalhamento. Ele acha um absurdo, concorda em gênero, número e grau com a posição que a gente tem e levantou várias outras incoerências que eu ainda não tinha levantado e vai levantar mais", disse o peemedebista. Entre os problemas apontados pelo peemedebista estariam falas de um dos investigados que não foi confirmada por outro. "Tem situações absurdas. Ele (Janot) cita no início um delator dizendo que ouviu de outra pessoa. Essa outra pessoa também é delator e não falou isso (que teria sido dito). Isso prova que usou dois pesos e duas medidas. Ele escolheu a quem investigar", afirmou. O presidente da Câmara também afirmou que considera "absurdo" o pedido do PSOL para que deputados investigados por suposta participação no esquema tenham que se afastar do cargo. "A própria decisão do ministro deixa claro que não tem juízo probatório contra quem quer que seja. Isso é absurdo e não vai prosperar", afirmou. Eduardo Cunha ganhou apoio nesta segunda de líderes da oposição. "Acho que ele deve ser investigado sim, como todos os parlamentares. Mas não defendo o afastamento, primeiro porque faz muito tempo que esta Casa não está sendo pautada pelo Executivo", disse o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM). 

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