O vendedor Djalma Aparecido Machado admitiu, em depoimento prestado à Polícia Federal em inquérito que integra a Operação Lava Jato, que uma empresa de Curitiba sob seu controle foi usada em "simulações de contrato de câmbio" para remessa de dinheiro para o Exterior. As remessas, segundo Machado, foram feitas por outros dois operadores do mercado de câmbio que, ao enviar o dinheiro para fora do País, informavam como motivo uma importação de material de empresas chinesas. Os valores oscilavam entre US$ 50 mil e US$ 120 mil em cada operação. Machado registrou sua empresa, a Alnapa, em nome de uma amiga que é vendedora de roupas da periferia de Curitiba. Em novembro último, o Banco Central informou ao juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, que cinco empresas que mantinham negócios com a Alnapa e uma segunda firma, a WS Business, haviam remetido cerca de R$ 323 milhões ao Exterior em contratos de câmbio somente entre janeiro de 2012 e março de 2014. A Polícia Federal abriu uma nova frente de investigação sobre esses remessas. A polícia não sabe ainda quem são os donos e os destinos finais do dinheiro. A Polícia Federal chegou à Alnapa ao investigar relações comerciais das empresas ligadas à doleira Nelma Kodama. O depoimento de Machado foi prestado no último dia 5 de fevereiro. Ele disse que o capital social da Alnapa indicado nos papéis na Junta Comercial, no valor de R$ 2 milhões, foi o que atraiu a atenção de um corretor de câmbio, que lhe pediu para usar a empresa a fim de abrir contas bancárias na Caixa Econômica na cidade de Santos (SP). Logo depois, disse Machado, o mesmo operador lhe pediu assinaturas para fazer cadastros em corretoras de câmbio, dando início às operações simuladas. Machado afirmou que não teve responsabilidade e que não recebeu recursos por essas remessas, que duraram cerca de três meses. A Polícia Federal agora busca localizar os operadores citados por Machado e tenta rastrear os beneficiários do dinheiro.
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