A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou nesta sexta-feira (27) o reajuste extraordinário sobre as distribuidoras de energia de todo País e ainda um acréscimo para o sistema de bandeiras tarifárias. O efeito prático para o consumidor é um aumento, a partir da próxima segunda-feira (2), de até 48% no preço da luz, considerando reajuste extraordinário e bandeira tarifária. Na média, o aumento percebido pelos brasileiros em março será de 32%. Esse percentual considera tanto a média dos reajustes extraordinários no País (23,4%) quanto o efeito extra trazido pela aplicação da bandeira vermelha (8,5%), que vai valer durante todo mês. Apesar da bandeira tarifária poder variar de mês para mês, é improvável, pelas condições climáticas e atual situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas, que a cor da bandeira possa voltar a ser verde no curto prazo (sem acréscimos para o consumidor), ou mesmo amarela (que indica gastos acima do padrão, mas não exorbitantes). De forma que a pressão sobre os preços da energia deve seguir pelos próximos meses. Mesmo ao desconsiderar o efeito da bandeira tarifária, o aumento médio que será aplicado sobre as tarifas, de forma permanente, será de 28,7% para Sul, Sudeste e Centro-Oeste e de 5,5% no Norte e Nordeste. Para os consumidores da Eletropaulo, por exemplo, o aumento extraordinário elevará as tarifas em 31,9%. Com a bandeira vermelha, 40,4%. A grande diferença entre os aumentos médios de uma região para outra se dá por dois motivos: o primeiro é a proteção legal das regiões Norte e Nordeste. A regra impede que haja uma divisão igualitária dos gastos anuais do setor elétrico, fazendo com que as duas regiões paguem menos. Além disso, recaem sobre os consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste os custos altos da compra da energia de Itaipu, que sofreu aumento de 46% a partir de janeiro. Como apenas essas regiões fazem uso dessa energia, só elas pagam por estes gastos maiores. O sistema de bandeiras tarifárias é o responsável por passar mensalmente o custo elevado das usinas térmicas para o consumidor. Além do risco hidrológico, que é o gasto extra das usinas que não conseguem entregar a quantidade de energia prevista em contrato. Em decisão, também tomada nesta sexta-feira (27), o preço das bandeiras aumentou 83% no caso da vermelha e 66,7% no caso da amarela. Pela regra, o acréscimo mensal passa de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos no caso do maior preço. Para a bandeira tarifária amarela – quando gastos com usinas térmicas estão fora do padrão, mas não extremamente elevados –, o preço vai passar de R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos para R$ 2,50. Só não há elevação de preços quando a bandeira for verde, indicando poucos gastos extraordinários no setor. Das maiores distribuidoras do País, apenas Ampla não sofrerá aumento extraordinário. Isso ocorrerá porque a empresa já tem agendado para 15 de março o seu processo regular de reajuste de tarifas, quando então serão considerados todos os custos adicionais de uma só vez. Já a CEA (AP) não solicitou revisão extraordinária. Desta forma, o aumento para seus consumidores será considerado também de uma só vez no momento de sua revisão ordinária, agendada para 30 de novembro. Já a Amazonas Energia (AM), Boa Vista Energia (RR) e CERR (RR) não passarão pelo reajuste extraordinário porque não participam do rateio das contas do setor elétrico. Essas empresas não fazem parte do Sistema Interligado Nacional.
| Veja percentuais do aumento de cada distribuidora |
| Distribuidora | Efeito |
| CELPE | 2,20% |
| COSERN | 2,80% |
| CEMAR | 3,00% |
| CEPISA | 3,20% |
| CELPA | 3,60% |
| ENERGISA PB | 3,80% |
| CELTINS | 4,50% |
| CEAL | 4,70% |
| COELBA | 5,40% |
| ENERGISA BO | 5,70% |
| SULGIPE | 7,50% |
| ENERGISA SE | 8,00% |
| CPFL STA CRUZ | 9,20% |
| COELCE | 10,30% |
| MOCOCA | 16,20% |
| CERON | 16,90% |
| CPEE | 19,10% |
| JOAOCESA | 19,80% |
| COOPERALIANÇA | 20,50% |
| ELETROACRE | 21,00% |
| SANTAMARIA | 21,00% |
| CHESP | 21,30% |
| CSPE | 21,30% |
| CEEE | 21,90% |
| LIGHT | 22,50% |
| CJE | 22,80% |
| IENERGIA | 23,90% |
| CEB | 24,10% |
| ELEKTRO | 24,20% |
| CELESC | 24,80% |
| BANDEIRANTE | 24,90% |
| ENF | 26,00% |
| ESCELSA | 26,30% |
| CEMAT | 26,80% |
| ENERGISA MG | 26,90% |
| EFLUL | 27,00% |
| ELETROCAR | 27,20% |
| CELG | 27,50% |
| DME-PC | 27,60% |
| ENERSUL | 27,90% |
| CEMIG | 28,80% |
| CPFL PIRATININGA | 29,20% |
| EDEVP | 29,40% |
| CPFL PAULISTA | 31,80% |
| HIDROPAN | 31,80% |
| CFLO | 31,90% |
| ELETROPAULO | 31,90% |
| FORCEL | 32,20% |
| CAIUA | 32,40% |
| DEMEI | 33,70% |
| MUXFELDT | 34,30% |
| COCEL | 34,60% |
| CNEE | 35,20% |
| RGE | 35,50% |
| COPEL | 36,40% |
| UHENPAL | 36,80% |
| BRAGANTINA | 38,50% |
| AES SUL | 39,50% |
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