Um embate entre a oposição e o comando do Congresso adiou na noite desta terça-feira (24) a análise de vetos presidenciais incômodos ao Palácio do Planalto. Com isso, o governo ganhou mais uma semana para negociar com a base governistas e impedir o avanço de propostas com impactos financeiros. A discussão foi motivada pelo projeto que altera as regras de votação de vetos presidenciais, que passa a adotar um sistema eletrônico. Congressistas da oposição defendem a discussão individual dos destaques apresentados aos vetos com regras para a quantidade de mudanças e tempo de discussão para cada uma. "O objetivo não é criar discussões infinitas mas também não é acabar com elas. Queremos um meio termo no debate e por isso decidimos adiar a modificação, o que foi aceito pelo relator", afirmou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). Sem consenso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que estava na presidência dos trabalhos, encerrou a sessão e marcou uma nova para terça-feira. O desentendimento favorece o Planalto que articulou durante o dia para impedir uma nova derrota imposta por sua base aliada. Havia a ameaça de derrubada de vetos de Dilma que afetam diretamente o caixa do governo, como o que rejeitou a redução para 6% das alíquotas da contribuição previdenciária tanto para patrões como para empregados domésticos. A medida reduz a arrecadação do governo em cerca de R$ 600 milhões por ano. Na próxima semana, outro veto presidencial passa a trancar a pauta de votações e pode impactar o cofre da União. É o veto que rejeitou a correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda, com impacto nas contas públicas de R$ 7,9 bilhões em 2015. Dilma defende o índice de 4,5%, mas o governo não enviou uma nova proposta ao Congresso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário