Os Estados Unidos estão “profundamente preocupados” com a escalada de intimidação a opositores venezuelanos, afirmou nesta sexta-feira a subsecretária para o hemisfério ocidental, Roberta Jacobson, no dia seguinte à prisão do prefeito de Caracas. Roberta pediu, além disso, que os presos políticos sejam libertados prontamente. O prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, foi detido pela polícia secreta chavista (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, Sebin) por ordem da Procuradoria por “promover um golpe de Estado” na Venezuela – declarou o ditador Nicolás Maduro nesta quinta-feira. "O senhor Ledezma, que no dia de hoje (quinta-feira) foi detido por ordem da Procuradoria, deve ser processado pela Justiça venezuelana para que responda por todos os crimes cometidos contra a paz do país, a segurança e a Constituição", afirmou Maduro, em pronunciamento em rádio e televisão iniciado pouco depois da notícia da prisão de Ledezma. O ditador reiterou sua denúncia mirabolante lançada há alguns dias de que a oposição estaria armando, com apoio dos Estados Unidos, uma tentativa de golpe contra seu governo. Como “prova”, Maduro citou um documento assinado por Ledezma, pelo também líder opositor Leopoldo López e por María Corina Machado, destituída do cargo de deputada em 2014. Denominado "Acordo Nacional para a Transição", o texto foi divulgado publicamente pela imprensa local em 11 de fevereiro passado, apresentando uma série de propostas políticas e econômicas. Pouco depois da denúncia de Maduro, Washington reagiu, rejeitando as acusações de que o governo Barack Obama estaria por trás de uma conspiração para derrubar o presidente. "As declarações dadas pelo governo venezuelano de que os Estados Unidos estão envolvidos na conspiração para um golpe e para a desestabilização da Venezuela não têm embasamento e são falsas", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki. "Os Estados Unidos não promovem a desestabilização na Venezuela, tampouco estamos tentando minar sua economia, ou seu governo", completou Psaki, destacando que Washington continua sendo o principal sócio comercial de Caracas. Na semana passada, o prefeito do município Libertador, na região metropolitana de Caracas, o chavista Jorge Rodríguez, acusou Ledezma e o deputado opositor Julio Borges de serem os autores intelectuais da tentativa de golpe de Estado. O presidente do Parlamento venezuelano, o bolivariano Diosdado Cabello, garantiu que no complô, identificado como "Plano Jericó", estavam envolvidos os opositores Ledezma, Borges, María Corina Machado e Diego Arria, ex-embaixador da Venezuela na ONU. O chavista Cabello é acusado de envolvimento diretor com narcotraficantes e lavagem de dinheiro.
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