Reunida nesta quinta-feira (26) em Brasília, a cúpula do PT decidiu que não irá às ruas no dia 15 de março, para quando está programada uma marcha pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Aliados do governo chegaram a sugerir uma manifestação com participantes vestidos de vermelho. Mas a ideia foi rechaçada na reunião da executiva nacional do partido. A resolução elaborada no encontro insistiu na tese de que a crise no Brasil é objeto de uma ofensiva golpista para desestabilizar "governos progressistas", a exemplo do que estaria acontecendo na Venezuela e na Argentina. "Manifestações recentes na Venezuela e na Argentina ressaltam a existência de uma articulação política e de grupos econômicos locais e internacionais, destinada a desestabilizar governos progressistas no Continente. Esta ofensiva conservadora estende-se ao Brasil, onde setores da oposição flertam com o golpismo e ensaiam pedidos de impeachment, sem qualquer fundamento jurídico ou político. Pronunciamento divulgado esta semana pela OAB nacional e CNBB opõe-se às aventuras de ruptura democrática e defende a ordem constitucional e a normalidade democrática", diz o texto. Apesar de não agendar ato no dia 15, o comando do partido vai apoiar movimento programado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) para o dia 13. O partido decidiu ainda excluir a Operação Lava Jato e seus desdobramentos da pauta da resolução. Segundo participantes, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que essa seria uma agenda negativa. Ainda que discretamente, a resolução elogia a decisão da presidente Dilma Rousseff de demitir a ex-presidente da Petrobras, Graça Foster. No trecho em que o PT apontou como positiva a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva num ato em defesa da Petrobras, o parágrafo foi concluído com a frase: "A troca da diretoria também foi um fato positivo". A cúpula do partido elogiou também a negociação do governo com caminhoneiros. Em apoio à proposta de democratização dos meios de comunicação, a Executiva decidiu convocar os militantes a endossar atos pela democracia, e afirmou que o programa de TV e de rádio do partido, previsto para maio, será importante para essa articulação. "Não vamos aceitar provocações, nem tampouco abaixar a cabeça. É hora de botar a estrela vermelha no peito, desfraldar nossas bandeiras, retomar a disputa de ideias e participar de todas as manifestações em defesa da democracia e do nosso governo. O programa de TV e rádio do PT, em maio, será um momento privilegiado para esta defesa", diz o texto. O comando do PT concluiu a redação de um documento em que classifica o momento político como delicado. O texto, que consolida a proposta do partido para a reforma política, reconhece ainda que vivemos um momento importante. "A Reforma Política é essencial para nossa sociedade enfrentar a corrupção, superar a crise da democracia representativa e fortalecer a democracia participativa neste momento delicado de nossa vida política nacional", afirma a resolução. O texto conclama ainda os petistas a participar de atos em favor do governo. "Em momentos importantes da história do Brasil, a mobilização social foi fundamental para construir os avanços sociais, políticos e econômicos do nosso povo. Esse é um desses momentos. E, para tanto, o PT estará nas ruas: por reforma política, pela democracia e pela participação popular".
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