sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O petista Gilberto Carvalho se despede do governo dizendo "não somos ladrões", sob descrédito da Nação


Em discurso de despedida do comando da Secretaria-Geral da Presidência da República, o ex-ministro Gilberto Carvalho afirmou que a gestão petista não é formada por "ladrões" e que "os que cometeram erros" foram devidamente punidos. Naturalmente, ele não pode pedir aos brasileiros que acreditem no que diz. "A imensa maioria dos nossos companheiros, ministros e assessores trabalha aqui por amor, para servir. Nós não somos ladrões", afirmou. "Volto para casa com minha quitinete rural e meu apartamento aqui (em Brasília), que financiei em 19 anos no Banco do Brasil", disse. Carvalho transmitiu o cargo oficialmente para o novo titular da pasta, Miguel Rossetto, também do PT. O ex-ministro petista também afirmou que volta para casa sem "levar desaforo" e que os petistas que erraram pagaram pelo erro, numa referência indireta aos presos no Mensalão do PT. "Cada um dos companheiros que cometeu erro foi punido e pagou um preço. Isso espero que se torne o novo padrão, republicano, seja quem esteja no governo", destacando o ex-ministro das Comunicações, Luiz Gushiken, morto no ano passado em razão de um câncer, como uma "pessoa injustiçada, que morreu sem ser reconhecido". Sem citar o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que após perder a corrida presidencial associou o PT a uma "organização criminosa", o petista Gilberto Carvalho (aquele mesmo que se notabilizou em Santo André) afirmou que "eles" consideram pobres como "quadrilha". "Para aqueles que disseram que ganhamos (a reeleição de Dilma) como quadrilha, quero dizer que essa é nossa quadrilha, porque para eles pobre é uma quadrilha", afirmou. "Para alguém que disse que perdeu as eleições para uma quadrilha, essa é a nossa quadrilha, a dos pobres", disse. É, sem sombra de dúvida, um grande cara de pau. Gilberto Carvalho afirmou que o PT se mantém fiel à realização de "mudanças das condições de desigualdade" do País. "É por conta dessa gente (os mais pobres) que ganhamos as eleições. É por conta desse tipo de mudança (social) que ganhamos as eleições", afirmou. O ex-titular da Secretaria-Geral, que agora vai assumir a presidência do conselho do Serviço Social da Indústria (Sesi), também elogiou o "uso do aparelho do Estado" pelo PT ao longo dos 12 anos de governo do partido a partir de 2003, garantindo políticas sociais: "Nosso governo conseguiu fazer o essencial que é fazer a mudança fundamental da lógica de uso do aparelho do Estado". O cara também soube ser hilário em seu discurso de despedida. Ele elogiou a "conduta pessoal" da presidente Dilma Rousseff e o "rigor ético" na "forma como conduziu o governo" no seu primeiro mandato. Ele disse que deu "muita dor de cabeça" à presidente com declarações polêmicas à imprensa em momentos de "sincericídio": "Essas bombas em nenhum momento me arrependi". Claro que não. Quem o conhece desde Santo André sabe o que ele é capaz. Gilberto Carvalho deixou a Secretaria-Geral declarando fidelidade a Dilma mesmo fora do governo. 

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