O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, admitiu pela primeira vez que o governo da petista Dilma Rousseff terá de adotar medidas de racionamento de energia caso o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas fique abaixo de 10%. "É claro que, se tivemos de tomar uma medida que seja prudencial, nós tomaremos. O limite é 10%", afirmou Eduardo Braga nesta quinta-feira, ao ser questionado sobre em que momento o governo adotaria medidas de estímulo à economia de energia ou mesmo um racionamento. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que os reservatórios estavam, nesta quarta-feira, em 17,43% na região Sudeste/Centro-Oeste e em 17,18% na região Nordeste. Nas regiões Sul e Norte, a situação é menos crítica. A declaração de Eduardo Braga foi dada somente um dia depois de ele dizer que "Deus é brasileiro" e isso deveria trazer um alívio ao País, com umidade e chuvas em breve. Além de demonstrar muita fé em providências divinas, o ministro vinha até agora negando o risco de racionamento e evitando relacionar os apagões da última segunda-feira com um pico de demanda de energia que não foi prontamente compensado pela oferta. "É obvio que se nós tivermos mais falta de água, se passarmos do limite prudencial de 10% nos nossos reservatórios, estaremos diante de cenário que nunca foi previsto em nenhuma modelagem", disse Eduardo Braga nesta quinta-feira, quando explicou que nenhuma usina hidrelétrica pode operar com reservatórios abaixo de 10% devido a problemas técnicos que impedem o funcionamento das turbinas. "A partir daí teríamos problemas graves, mas estamos longe disso", declarou. Braga afirmou, porém, que se o nível atual dos reservatórios das hidrelétricas se mantiver, haverá energia suficiente para abastecer o País. Ele não disse até quando. Ainda assim, o ministro relatou que o ritmo hidrológico já atingiu o mínimo em diversas regiões e que, além da questão hidrelétrica, o abastecimento de água também preocupa o governo. Uma reunião na Casa Civil deve discutir o assunto com representantes dos ministérios de Minas e Energia, de Meio Ambiente, de Ciência e Tecnologia e da Agência Nacional de Águas (ANA). "Estamos traçando cenários com especialistas para estabelecermos planos. Temos que acompanhar a situação com atenção sem sermos otimistas nem pessimistas", afirmou o ministro.
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