A seca que castiga o sul de Minas Gerais e toda a bacia hidrográfica do Rio Grande, responsável por 25% do abastecimento das regiões Sudeste e Centro-Oeste, fez sua primeira vítima da geração de energia. Nos próximos dias, a situação vai obrigar a estatal mineira Cemig a paralisar a operação da hidrelétrica Camargos. A usina, que tem potência de 45 megawatts, está localizada na cabeceira do Rio Grande. O rio tem mais 12 barragens instaladas em seu curso. A empresa decidiu desligar as turbinas por conta do nível crítico do reservatório da hidrelétrica, que está com menos de 0,5% de sua capacidade. Até sexta-feira, uma das duas turbinas continuava ligada, mas com capacidade para gerar apenas 3 megawatts. "Há previsão que essa unidade geradora seja desligada nos próximos dias, quando a usina atingirá seu mínimo operativo. A partir desse momento, a vazão para jusante (rio abaixo) passará a ser liberada pela válvula de fundo, visando manter a perenização do rio", informou a estatal. "Esse procedimento deve permanecer até que as chuvas proporcionem condição afluente para elevação do nível de água do reservatório". A estiagem histórica provoca um efeito cascata sobre o Rio Grande, rio que nasce em Bocaina de Minas (MG) e avança sentido leste-oeste, na divisa de Minas e São Paulo, até desaguar no Rio Paraná. Neste caminho, há mais doze barragens que também sofrem com a escassez de água. O reservatório de Furnas, por exemplo, que está entre os maiores do Brasil, apresenta apenas 13% de sua capacidade de armazenamento.
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