Um museu suíço publicou nesta quinta-feira uma lista com todas as obras de arte encontradas em posse de Cornelius Gurlitt, um alemão recluso cuja coleção secreta incluiu obras primas tomadas de seus proprietários judeus pelos nazistas. O Museu de Arte de Berna foi nomeado único herdeiro da coleção e na segunda-feira aceitou com relutância o legado, deixando claro que irá adotar uma política de transparência total para refrear qualquer crítica sobre sua decisão de aceitar as obras.
“Prometemos transparência e agora estamos agindo de acordo”, disse o diretor do museu, Matthias Frehner, em um comunicado. A coleção de mais de 1.200 obras de Gurlitt ficou escondida durante décadas até que fiscais da receita descobriram por acidente em uma vistoria em seu apartamento de Munique em 2012. Uma força-tarefa do governo identificou três peças que foram sem dúvida saqueadas pelos nazistas e que serão devolvidas aos herdeiros. O Museu de Arte de Berna declarou que não irá aceitar qualquer peça que os especialistas acreditem poder ter sido roubada, e ao publicar a lista completa espera ainda descobrir seus legítimos donos. Nos últimos anos, a Suíça trabalhou duro para se livrar da reputação de santuário de bens obtidos ilegalmente, e o museu espera evitar os riscos legais associados ao recebimento de obras de arte questionadas. A compilação de 196 páginas no site do museu cataloga todas as obras encontradas no apartamento de Gurlitt em Munique e em sua casa de Salzburgo. Entre as peças notáveis estão a “Mulher Sentada”, de Henri Matisse, desenhos orientais de Eugène Delacroix e uma paisagem de Gustave Courbet. A arca do tesouro de obras primas modernistas e renascentistas foi reunida por seu pai, Hildebrand Gurlitt, um marchand encarregado de vender o que Adolf Hitler desprezava como arte “degenerada”. O museu afirmou que a lista ainda é um “trabalho em andamento” e que irá continuar a acrescentar mais detalhes durante suas investigações.
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