O Brasil deverá exportar um volume recorde de café de cerca de 36 milhões de sacas em 2014, ano em que registrou a sua pior seca nas lavouras, com impactos na produção, estimou na sexta-feira o Cecafé, a associação dos exportadores do País. Considerando a produção e o consumo interno do Brasil, a previsão do Cecafé de exportações brasileiras indica que os estoques do País de safras anteriores seriam consumidos, em meio a preços mais altos que têm impulsionado as vendas para o Exterior. A última safra brasileira, afetada pela seca, foi oficialmente estimada em 45 milhões de sacas, enquanto o consumo interno é visto pela indústria em quase 21 milhões de sacas em 2014.
O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga, comentou que o mercado mundial continua receptivo ao café brasileiro, com exportações do País de janeiro a outubro crescendo 15,4% ante o mesmo período do ano anterior, para 29,96 milhões de sacas. "O volume de café de qualidade produzido e exportado pelo Brasil também vem apresentando bons resultados, apesar da seca ter provocado uma redução no tamanho do grão. Ainda assim, a safra pode ser entendida como de boa qualidade, o que ajuda a vender", declarou Braga. Em outubro, segundo o Cecafé, o Brasil exportou volumes perto de recordes. A exportação de café verde do Brasil no mês passado somou 3,04 milhões de sacas, alta de 4,6% ante o mesmo mês de 2013, com o aumento sendo impulsionado por um crescimento nos embarques de café robusta, que somaram 276 mil sacas (alta de 179%). Os embarques de café arábica, variedade que responde por grande parte das exportações brasileiras, somaram 2,76 milhões de sacas, queda de 1,6% na comparação anual. Considerando o café industrializado e o grão verde, as exportações brasileiras totais somaram 3,26 milhões de sacas em outubro, alta de 0,9%. "No mês de novembro e dezembro a tendência é que essa situação se mantenha", afirmou Braga, acrescentando que isso indica que o Brasil deve "fechar o ano civil com aproximadamente 36 milhões de sacas exportadas (incluindo o produto verde e industrializado)". O recorde anterior de embarques do Brasil foi registrado em 2011, quando as exportações somaram 33,8 milhões de sacas. O preço do café arábica atingiu recentemente uma máxima de dois anos e meio na bolsa de Nova York, impulsionadas por preocupações quanto ao volume da safra do Brasil em 2014 e em 2015, após longos períodos recentes de seca nas regiões produtoras do País. As cotações mais altas têm ajudado negócios de exportação do Brasil.
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