terça-feira, 11 de novembro de 2014
Azul pode adiar ou cancelar encomendas à Embraer dependendo de mudanças em aviação regional
A Azul, terceira maior empresa aérea do Brasil, pode adiar ou cancelar encomendas de jatos regionais da Embraer se o Congresso Nacional aprovar um projeto sobre aviação regional, disse o presidente-executivo da companhia à Reuters na segunda-feira. As mudanças propostas para um projeto de lei elaborado pela presidente Dilma Rousseff tiraria vantagem competitiva de jatos feitos pela Embraer em rotas regionais que o governo quer incentivar. "O que está acontecendo é uma distorção do plano, que torna mais atraente voar com aviões maiores", disse o presidente-executivo da Azul, Antonoaldo Neves. Ele disse que poderia adicionar aviões maiores da Boeing ou da Airbus. Segundo Neves, um pedido de 30 unidades da próxima geração de aeronaves E195-E2 da Embraer, que entrará em serviço em 2019, está em jogo. Ele disse que também não teria necessidade de oito jatos da geração atual E195, que devem ser entregues em 2015. O plano de aviação regional está se transformando em uma das primeiras grandes lutas legislativas desde a reeleição de Dilma no mês passado, já que ele enfrenta parlamentares encorajados por vitórias regionais da oposição. O senador Fernando Flexa Ribeiro (PSDB-PA), relator do projeto de lei, vai se reunir com ministros na terça-feira, antes de uma votação por uma comissão. Flexa Ribeiro disse que quer remover o limite de 60 lugares subsidiados em vôos regionais e em vez disso propor subsídio de 50% dos assentos. Neves reclamou que a medida incentivaria o uso de aviões maiores e desencorajaria companhias aéreas a adicionar mais rotas para aeroportos mais carentes. "Se o plano for aprovado sem limite de assento, eu vou sair de 20 cidades no próximo ano", disse: "Vou levar esses recursos e colocá-los em cidades onde posso voar aviões maiores". O presidente da Embraer, Frederico Curado, também mostrou preocupação na semana passada sobre os últimos movimentos de parlamentares com o assunto. "Esperamos que o Congresso não distorça o projeto de lei enviado pelo Executivo, mas agora depende da base política no Congresso", disse numa conferência de resultados semana passada.
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