Três novas drogas para o tratamento de pacientes com hepatite C devem ser incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) no próximo ano. O Ministério da Saúde encaminhou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um pedido para que priorize a análise para o registro dos medicamentos. Simultaneamente, foi enviada à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) solicitação para que seja avaliada, também em caráter prioritário, a inclusão dos remédios no SUS. "Isso não vai tirar o rigor na análise. Solicitamos apenas que seja feita de forma mais rápida”, disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro. As drogas sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir, se aprovadas, passariam a ser consideradas como de primeira escolha: seriam prescritas para pacientes logo no primeiro estágio do tratamento. "Estudos científicos mostram que, com elas, o tempo de tratamento seria menor do que o das drogas convencionais. Os efeitos colaterais são bem menores e, além disso, o uso é oral. As drogas atuais são injetáveis”, disse Chioro. Se o registro for concedido pela Anvisa e a Conitec considerar que as drogas trazem benefícios suficientes, o tratamento poderá ser ofertado para cerca de 60 000 pacientes nos próximos dois anos. O cálculo leva em consideração a expectativa de aumento de pessoas com diagnóstico da doença e a inclusão de pacientes com HIV também infectados pela Hepatite C. "As novas drogas podem ser usadas por soropositivos, algo que não acontece com as drogas atualmente ofertadas no sistema”, disse o ministro. A análise da incorporação teve como ponto de partida pedidos feitos pelas associações de pacientes e por sociedades médicas. Chioro informou que alguns pacientes já conseguiram na Justiça o direito de receber, pelo SUS, os medicamentos. O vírus da hepatite C pode ser transmitido por meio da transfusão de sangue, pelo compartilhamento de material para uso de drogas ou de higiene pessoal, como lâminas de barbear e depilar, além de alicates de unha e objetos usados em tatuagens, por exemplo. Estima-se que a doença afete entre 1,4% e 1,7% dos brasileiros, a maioria acima de 45 anos de idade. "Pessoas dessa faixa etária tiveram na infância maior risco de exposição ao vírus. Não havia regras rígidas para transfusão de sangue, transplantes e até mesmo injeções eram reutilizadas”, afirmou Chioro.
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