domingo, 28 de setembro de 2014
Marina Silva afirma em encontro com evangélicos: "Não transformarei púlpitos em palanques"
A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, participou na sexta-feira de encontro com lideranças evangélicas em São Paulo - o primeiro desde que a ex-senadora assumiu a cabeça de chapa, após a morte trágica de Eduardo Campos em 13 de agosto. Ela discursou por cerca de uma hora a pelo menos 1.500 pessoas, entre representantes de igrejas evangélicas de diversas denominações, de históricas a neopentecostais. Aos presentes, Marina Silva reafirmou seus compromissos com valores cristãos - mas também destacou a importância do Estado laico: "Não quero transformar púlpitos das igrejas em palanques", afirmou. Marina Silva também recitou um poema de sua autoria e pediu orações para enfrentar o resto da campanha. A aproximação com lideranças evangélicas vinha sendo cobrada pelos grupos religiosos desde que ela assumiu a cabeça de chapa do partido. "Eu vinha pleiteando um encontro com Marina e as lideranças evangélicas desde a tragédia que matou Eduardo Campos. Fui muito cobrada por pastores por ser uma pessoa próxima a ela. Nós queremos orar por ela", disse a pastora Valnice Milhomens, que organizou o encontro: "Foi tudo às pressas, tivemos que alugar um espaço em dois dias". O encontro não constava da agenda oficial da candidata. No discurso, mais longo do que o habitual, Marina falou da morte de Campos: "É muito sofrimento e eu espero que o partido e a família tenham uma recompensa". A candidata disse ser diferente o "político evangélico" do "evangélico político". Argumentou que o primeiro instrumentaliza sua fé e a dos outros politicamente, enquanto o segundo guia suas ações por valores, colocando-se na segunda categoria: "As pessoas não votam em mim porque eu sou evangélica, mas porque acham que tenho as melhores propostas para o Brasil". Ela ressaltou os valores do Estado laico e a importância de preservar a diversidade da sociedade brasileira, colocando valores acima da religião. "O Estado laico é uma conquista da sociedade brasileira, bom para quem crê e para quem não crê", defendeu.
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