sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Cúpula do PMDB está irritada e desconfiada com governo após denúncia da Petrobras
Um clima de irritação e desconfiança tomou conta da cúpula do PMDB, após seus caciques avaliarem que as reações do governo foram pouco solidárias com o partido após uma nova onda de denúncias envolvendo a Petrobras e políticos da legenda. Numa breve reunião na quarta-feira no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer, membros da cúpula do PMDB avaliaram que até agora a presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição pelo PT, não fez uma defesa do governo no episódio. Ela tampouco fez gestos políticos para tranquilizar aliados peemedebistas, nem mesmo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse uma fonte do partido que estava no encontro. "O clima é de irritação e de desconfiança", resumiu a fonte. O PMDB é o maior partido aliado da presidente no Congresso e os dois partidos têm alianças nas disputas estaduais de vários Estados, enquanto em outras disputas se enfrentam diretamente. Lobão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o ex-líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), foram citados pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em depoimentos de delação premiada que ele concede à Polícia Federal no âmbito da operação Lava Jato. Os peemedebistas, segundo a fonte, não desconfiam do envolvimento do governo com o vazamento "seletivo" do depoimento de Costa, mas ficaram intrigados pela lista divulgada pela revista ter mais peemedebistas do que membros de outros partidos. E também não gostaram da postura de Dilma no caso. Acreditam que ela não se empenhou na defesa do maior aliado. "Eles estão vendo que o jabuti está em cima da árvore. Como jabuti não sobe em árvore e nem teve enchente, alguém o colocou lá", ilustrou a fonte.
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