domingo, 10 de agosto de 2014
TEXTO QUE CAUSOU DEMISSÕES NO BANCO SANTANDER, POR EXIGÊNCIA DO PT, FOI FEITO PELO BANCO FATOR
O relatório que previa um cenário ruim para a economia brasileira com a reeleição de Dilma — e deu origem a quatro demissões no banco Santander — é, na verdade, uma cópia parcial de um texto escrito pelo banco Fator. Elaborado pelo economista da instituição, Paulo Gala, o relatório foi enviado a seus clientes em 9 de maio deste ano e continha as informações que foram usadas pelo Santander em sua carta aos clientes. Das seis frases do relatório do Santander, cinco foram tiradas do texto do Fator. Questionado sobre o fato, o Santander afirmou que desconhecia a existência da análise do Fator. O Fator afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não cogita entrar com acusação de plágio contra o banco espanhol. O banco Santander demitiu quatro funcionários após a divulgação da análise. Entre os demitidos está a superintendente Sinara Polycarpo, responsável pela área Select, e outros três funcionários, incluindo o que escreveu o texto enviado aos clientes. Sinara estava no Santander há mais de seis anos. Quando a análise foi divulgada na imprensa, em 25 de julho, o Santander enviou comunicado afirmando que o texto não transmitia a opinião do banco e que não era papel da instituição induzir clientes ao voto. O banco disse ainda que havia tomado providências em relação aos responsáveis. Em seguida, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que se tratava de "situação inadmissível" e "terrorismo eleitoral". Já a presidente Dilma afirmou que o pedido de desculpas do Santander não havia sido suficiente. Ela queria mais — inclusive falar com o próprio presidente do banco. O ex-presidente Lula também não hesitou em opinar — usando, inclusive, palavras ofensivas. Coincidentemente, dois dias após o episódio, a prefeitura de Osasco cancelou um contrato de 2 bilhões de reais com o banco espanhol. Além de cercear o Santander, o partido também protocolou uma representação impedindo que a consultoria de investimentos Empiricus veiculasse anúncios de suas análises prevendo a economia em apuros caso a presidente Dilma ganhe nas urnas. O tiro, pelo menos contra a Empiricus, saiu pela culatra: desde a censura petista, o número de clientes da consultoria quase dobrou.
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