domingo, 24 de agosto de 2014

NA BAHIA, CARLISTAS E DEM RESSURGEM CONTRA O PT

No dia 3 de outubro de 2010, o sindicalista Jaques Wagner, ex-ministro do governo Lula, foi reeleito com esmagadora maioria em primeiro turno para mais um mandato à frente do governo da Bahia. Desbancou com facilidade o ex-governador Paulo Souto (DEM), aliado fiel do do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, morto em 2007, e Geddel Vieira Lima (PMDB), então deputado e também ex-ministro de Lula. O PT comandaria por oito anos o quarto maior colégio eleitoral do País, com mais de 10 milhões de votos, reduto estratégico para a vitória da petista Dilma Rousseff. Quatro anos depois, o antigo prestígio do PT derreteu. Por ter comprado sucessivas brigas com policiais militares e professores e ter prometido dezenas de obras que não saíram do papel, nem os candidatos do PT querem aparecer ao lado de Jaques Wagner no material de campanha. Entre aspirantes a deputado, banners com a foto do governador são raridade pelas ruas de Salvador. A aprovação do governo estadual não chega ao patamar de 30%, segundo pesquisas. Em quatro anos, Wagner não conseguiu preparar um sucessor e agora tenta aos trancos emplacar seu ex-chefe da Casa Civil, Rui Costa, neófito nas urnas. Do outro lado, o trio DEM-PSDB-PMDB decidiu unir forças para retomar o comando do Estado. Costurada pelo candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, mas com articulação direta do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), estão juntos neste ano antigos desafetos. Líder nas pesquisas de intenção de votos, o ex-governador Paulo Souto, candidato ao governo, marcha ao lado do ex-adversário Geddel Vieira Lima (PMDB), que busca o Senado. Como vice-governador, o escolhido foi o tucano Joaci Goes. “As divergências passadas começaram a ser superadas em 2012. Há muito desgaste do governo e houve o convencimento de que era importante que fizéssemos a aliança mais ampla possível para enfrentar o governo e a máquina do PT nas eleições. Essa aliança estruturou e consolidou politicamente a chapa e passou a ser mais competitiva”, diz o ex-governador Paulo Souto.

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