terça-feira, 24 de setembro de 2013
TELEFONICA (VIVO) ASSUME CONTROLE DA TIM
O grupo espanhol Telefónica, dono da Vivo no Brasil, vai assumir o controle da holding Telco, principal acionista da Telecom Italia, controladora da TIM. Na prática, a Telefónica se tornará acionista majoritária da empresa italiana, mediante um complexo acordo que fortalecerá sua influência sobre uma importante rival na América do Sul - e permitirá a seus sócios italianos se livrarem de um investimento não lucrativo. Pelo acordo firmado, a Telefónica aumentará sua participação na Telco de 46% para 66% inicialmente, via um aumento de capital de 324 milhões de euros direcionados a pagar dívidas da empresa, disseram os sócios da Telco em comunicado. A holding controla a Telecom Italia com uma fatia de 22,4% do capital social. A Assicurazioni Generali, com 31%, a Intesa Sanpaolo, com 11,6%, e a Mediobanca, também com 11,6%, completam a estrutura acionária da Telco. Recentemente, os acionistas da Telco começaram a discutir uma mudança na estrutura acionária. Em 28 de setembro expira o acordo que os mantêm unidos. A Telefónica ofereceu 1,09 euro para cada ação da Telecom Italia, quase o dobro do atual preço de mercado da companhia italiana. Assim, encerram-se meses de especulações sobre o futuro da companhia italiana. Nos últimos dias aumentaram os rumores de que o grupo, por apresentar sérios problemas financeiros, poderia vender a TIM no Brasil. A idéia da empresa espanhola é, em uma segunda fase, elevar sua participação na Telco para 70%, equivalente a quase 16% da Telecom Italia, por meio de um segundo aumento de capital. Mais adiante, o grupo espanhol ainda poderá comprar o restante da participação de todos os sócios da Telco. A estrutura do acordo dá mais tempo para a Telecom Italia estudar uma possível venda da TIM Participações no Brasil e prosseguir com o plano de separação de sua rede fixa, ativo visto como estratégico por políticos italianos. Por outro lado, analistas acreditam que o acordo fortalecerá a influência da Telefónica sobre a Telecom Italia sem ter de forçar o grupo espanhol a fazer uma oferta completa de aquisição da empresa. "É a velha história", disse Roberto Lottici, gerente de fundos da Ifigest: "É bom para a Telecom Italia porque vai fortalecer a empresa e é bom para os acionistas italianos na Teleco. Mas estes grandes acordos sempre passam por cima das cabeças dos investidores minoritários". O acordo também impede que as ações da Telecom Italia detidas pelos sócios da Telco caiam nas mãos de um rival. Fontes afirmaram anteriormente que a americana AT&T e o bilionário egípcio Naguib Sawiris fizeram contatos para comprar a Telecom Italia. Os direitos de voto detidos pela Telefónica na Telco continuarão os mesmos inicialmente e poderão ser ampliados para 64,9% a partir de janeiro de 2014 se o acordo receber aprovações de autoridades em mercados importantes como Brasil e Argentina. Os sócios na Telco também terão mais nove meses para saírem do acordo de acionistas da holding.
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