sexta-feira, 23 de março de 2012
Senador do PMDB desanca Dilma, diz que ela "quer ganhar no grito"
Um dos objetivos da nova equipe de coordenação política de Dilma Rousseff é atrair dissidentes do PMDB. No Senado, um dos líderes do grupo peemedebista não alinhado ao Planalto, Jarbas Vasconcelos, de 69 anos, ainda não se sensibilizou. "A base é muito grande para uma pessoa (Dilma) que não tem jogo de cintura e quer ganhar sempre no grito e na Vasconcelos. Sua casa, em Brasília, é uma das sedes das reuniões de oito senadores peemedebistas anti-Planalto
- Eduardo Braga (AM) como líder muda algo?
- Jarbas Vasconcelos - Não muda muita coisa. Mas não é uma troca de seis por meia dúzia tirar Romero Jucá e colocar Eduardo Braga. É preciso apenas ter sequência.
- Os dissidentes do PMDB votarão a favor do governo?
- Não.
- A presidente não tem buscado mais ética na política?
- Quando Dilma tomou aquelas providências no Ministério dos Transportes, eu imaginei que ela ia dar continuidade. Mas ela não fez faxina coisa nenhuma. Lula deve ter gritado, a base fisiológica deve ter passado o recibo. Ela escondeu a vassoura atrás da porta.
- Não houve limpeza?
- Foi a mídia que levou o governo ao estrangulamento e às demissões dos ministros. Não foi um processo modelado e executado por ela.
- O sr. acha então que a presidente está longe de romper com as práticas de fisiologismo e clientelismo?
- Acho. Acho que é um governo perdido. Lula foi eleito há nove anos com duas bandeiras. Moralidade e reformas. Nem fez reformas e não inventou a corrupção no Brasil, mas botou a mão em cima dos corruptos. Criou uma grande base de apoio e inventou Dilma. E Dilma não tem os atributos que são de Lula -malícia e carisma. Lula tinha paciência. Ela, não. É uma pessoa muito arrogante. Lula até engolia sapo e depois até vomitava. Não tem jogo de cintura. Quer ganhar no grito, quer ganhar com cara feia.
- O que Dilma deveria fazer?
- Se quiser conversar com o grupo da gente, eu converso. Agora, eu não posso conversar para ser um aliado do governo, para votar com o governo. Eu quero saber o que é que ela vai fazer. Porque nós estamos com quase 15 meses de governo e o país é completamente medíocre.
- É uma presidente medíocre?
- Capenga. Não duvido das boas intenções de Dilma. Acho que ela tem uma ojeriza ao mal feito, mas convive com o mal feito.
- Mas o sr. acha que a presidente se disporá a falar com quem faz tantas críticas assim?
- Pela prática dela, não. Porque ela passa recibo. Ela se irrita com as pessoas, com os fatos, com editoriais dos jornais, com reportagens. Grita com os auxiliares. Como é que você pode ter uma equipe que você comanda no grito e no mau humor? Não pode.
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