segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"Laranja" pede indenização por uso de seu nome em fraude no Mato Grosso

Um ex-sitiante de 63 anos tenta desde 2006 receber na Justiça de Mato Grosso indenização por danos morais por ter tido seu nome usado como "laranja" na abertura de uma empresa que prestou serviços à Assembléia Legislativa do Estado entre 1997 e 2000. Morador de Guarantã do Norte (cidade localizada a 721 quilômetros de Cuiabá), José Ribeiro move ação contra o deputado estadual José Riva (PP), presidente da Assembléia, e o ex-deputado Humberto Bosaipo (DEM), conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado. Juntos, Riva e Bosaipo respondem a 102 ações de improbidade administrativa sob a acusação de comandarem um suposto esquema fraudulento que, por meio de cheques da Assembléia a empresas de fachada, teria desviado mais de R$ 200 milhões dos cofres públicos. Uma dessas ações trata de 29 cheques nominais repassados como pagamento à Gráfica e Editora Guanabara Ltda, totalizando R$ 882 mil por serviços que, de acordo com o Ministério Público, jamais foram realizados. A empresa estava registrada em nome de Ribeiro, que diz que nunca trabalhou no "ramo de gráficas". Na ação de improbidade, a Promotoria afirma que, embora tenha recebido valores consideráveis como pagamento da Assembléia, a Guanabara nunca existiu de fato. Depois de emitidos, os cheques à empresa, segundo as investigações, foram sacados diretamente na boca do caixa ou descontados em uma factoring pertencente ao "comendador" João Arcanjo Ribeiro, preso e condenado por envolvimento com o crime organizado no Estado. O inquérito apurou que as assinaturas atribuídas a Ribeiro eram falsas e que seus documentos foram utilizados sem o seu conhecimento.

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