segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Desembargadora pede anulação da licença de Belo Monte

Uma juíza do Tribunal Regional Federal de Brasília colocou o governo na berlinda nesta segunda-feira ao pedir a anulação do licenciamento ambiental da megausina de Belo Monte, no rio Xingu. O julgamento no Tribunal Regional Federal foi suspenso por um pedido de vista do desembargador Fagundes de Deus. Mas o voto da desembargadora Selene Almeida, relatora da matéria, representa uma derrota para a Eletrobras, o Ibama e o governo federal, defensores da construção da usina. Selene Almeida acolheu a argumentação do Ministério Público do Pará de que o decreto legislativo de 2005 que autorizou a construção de Belo Monte é nulo, por ter sido modificado no Senado sem voltar à Câmara. Ela também argumentou que os índios das terras Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu, que ficam no trecho do rio que terá vazão reduzida, precisam ser ouvidos pelo Congresso antes que o licenciamento seja feito. "Estamos em choque", comentou o advogado da Eletrobras, Marcelo Thompson, após a leitura do voto, que durou quase duas horas. Caso um dos outros dois desembargadores vote com a relatora, o processo vai para o Supremo Tribunal Federal. Será a segunda das 15 ações movidas contra Belo Monte que vai parar no Supremo, afirmou o procurador Felício Pontes Júnior, principal voz da oposição a Belo Monte.

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