sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Lula critica europeus por subordinarem ações econômicas à política
O ex-presidente Lula voltou a fazer críticas aos líderes europeus por não tomarem as medidas necessárias para resolver a crise econômica mundial. Em seminário promovido pela revista "The Economist", em Londres, Lula disse que "não é bom tomar decisões econômicas de olho em pesquisas eleitorais". Era uma crítica principalmente à chanceler alemã, Angela Merkel, que tem perdido popularidade interna e resiste a aprovar medidas para ajudar países endividados da zona do Euro, como Grécia e Itália. "Quanto custaria para a Europa ter resolvido o problema da Grécia há dois anos? E olha o que a crise lá está causando para o mundo", disse o ex-presidente. A Grécia já acertou dois empréstimos com o Banco Central Europeu e o FMI, mas continua com dificuldades para honrar suas dívidas, que já ultrapassam 140% do seu PIB (Produto Interno Bruto). O mercado já dá como certo um calote grego e tem exigido juros cada vez mais altos para comprar os títulos do país. Muitos dirigentes hoje não têm experiências com crises. Lula é um deles. "Crises se resolvem com medidas políticas, não econômicas", afirmou Lula, em um discurso que durou 38 minutos. Ele sugeriu uma saída óbvia para a estagnação econômica: o aumento do consumo mundial. Para ele, a Europa e os Estados Unidos deveriam financiar o aumento do mercado consumidor em países como China, Índia e africanos para que essas pessoas comprassem produtos do chamado Primeiro Mundo. Lula deu também uma sugestão para os Estados Unidos. Disse que, em vez de ficar dando dinheiro para salvar os bancos, o governo deveria arrumar um jeito de reduzir a dívida dos mutuários, para que eles voltassem a consumir e a movimentar a economia.
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