segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Congresso investigará organização peronista Mães da Praça de Maio
Sergio Schoklender, ex-braço-direito de Hebe de Bonafini, líder das Mães da Praça de Maio (organização peronista), comparecerá na quinta-feira à Câmara de Deputados para dar detalhes sobre suas denúncias do suposto uso indevido de fundos por parte da histórica organização de defesa dos direitos humanos. Entre esses usos indevidos está o fornecimento de dinheiro para campanhas eleitorais do governo da presidente argentina, Cristina Kirchner. Líderes da oposição, como Ricardo Alfonsín, deputado e candidato presidencial da União Cívica Radical (UCR), consideram que o governo Kirchner sabia dos desvios das verbas e participou dos atos ilícitos, já que as Mães são aliadas de Cristina. “Houve cumplicidade ou pelo menos negligência”, disse Alfonsín no fim de semana. A oposição pretende criar uma comissão de inquérito sobre o caso. A ida de Schoklender ao Parlamento coincide nesta semana com a reativação do processo realizado pelo juiz federal Norberto Oyarbide, que investiga o caso das Mães, que passou a ser chamado, ironicamente, de “madresgate”. Além disso, a presença de Schoklender ocorrerá na reta final da campanha para as eleições de 23 de outubro. Schoklender era o diretor da Fundação Sonhos Compartilhados, pertencente à organização das Mães, que controlava quase US$ 200 milhões fornecidos pelo governo Kirchner para a construção de casas populares. Outros US$ 100 milhões estavam a ponto de ser entregues em junho, quando o escândalo veio à tona. Na mesma época a Justiça descobriu que Schoklender era dono de vários iates, carros de luxo e mansões. Ele também é suspeito de lavagem de dinheiro.
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