segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sarney diz que negociações da dívida dos Estados Unidos foram "vergonhosas"


O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), classificou nesta segunda-feira de "vergonhosas" as negociações nos Estados Unidos que resultaram na elevação do limite da dívida do governo americano. Sarney disse que o país deu um "péssimo exemplo" ao usar politicamente o episódio na disputa entre Democratas e Republicanos. "No momento de uma luta política visivelmente destinada já com olhos nas eleições do ano que vem, eles ofereceram ao mundo esse vergonhoso exemplo de que os partidos políticos sacrificam o país e não para que eles se dilacerem na luta política. Foi um exemplo nada construtivo e eles estão pagando caro por isso", afirmou. Segundo Sarney, a crise nos Estados Unidos é "artificial" e provocou consequências em todo o mundo. "A Europa está com problemas sérios. Em alguns países, há problemas de liquidez, como a Grécia, a Irlanda começa a ter esses problemas, Itália, a Espanha. Isso tudo os Estados Unidos tomando a decisão que tomaram tem repercussão na Europa". O presidente do Senado disse que a disputa política em meio à crise ganhou força com o crescimento do Tea Party, a corrente mais conservadora do Partido Republicano. O peemedebista disse não acreditar em impactos imediatos no Brasil nem no Congresso Nacional. "Em todos os momentos de dificuldades do País, temos encontrado um terreno comum no qual protegemos os interesses do País e abandonamos essa luta dilacerante de partidos. Assim foi na Independência, assim foi na República, assim foi em 1930 e assim foi em 1985". Sarney disse que o Brasil está preparado para enfrentar a turbulência no mercado internacional. "Estamos absolutamente preparados. Isso não significa que não tenha conseqüência no Brasil qualquer grande crise mundial. Mas até o momento, essa crise ainda não está configurada", afirmou ele.

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