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Jorge Semprun, referência necessária no pensamento |
O escritor e roteirista espanhol Jorge Semprún morreu nesta terça-feira, em Paris. Ele tinha 87 anos e era considerado uma testemunha excepcional do século 20. Construiu sua obra literária baseada nas lembranças de sua juventude, em especial do período em que ficou preso em um campo de concentração alemão. Essa prisão foi retratada no romance "A longa viagem", que narra sua condução para o campo de concentração em um trem com vagões para gado apinhado de prisioneiros dos nazistas. Após a morte de sua mãe, quando ele tinha oito anos, Semprúm se mudou de Madri para Haya, onde seu pai era embaixador. Depois, se instalou em Paris, onde aprendeu francês, língua em que escreveu boa parte de sua obra. Membro da resistência francesa durante a ocupação nazista, foi detido e enviado a um campo de concentração. Sobreviveu ao Holocausto e agiu na clandestinidade contra o franquismo pelo Partido Comunista Espanhol. Nesta organização ele chefou a secretário geral, cargo logo abaixo do de Dolares Ibarrarri, a "Pasionaria". Semprun rompeu com o Partido Comunista espanhol e escreveu um livro monumental, contendo suas memórias de comunista. Foi um libelo contra os crimes dos comunistas. O título do livro é "A Autobiografia de Federico Sanchez" (1977). Este era o seu codinome como secretário geral do PCE. Ele também escreveu outro romance memorável, "A segunda morte de Ramon Mercader", sobre o assassinato de Leon Trotski no México. Outro livro monumental de Semprun é "Quel beau dimanche", relatando os crimes do stalinismo na União Soviética. Jorge Semprun foi também um monumental roteirista de cinema. Ele fez os roteiros de filmes antológicos, como "La guerre est finie", do cineasta francês Alain Resnais; "Z" e "A confissão", de Costa-Gavras, "Las rutas del sur", de Joseph Losey. Semprún também foi ministro da Cultura da Espanha durante o governo socialista de Felipe González.
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