sexta-feira, 8 de abril de 2011
Nelson Jobim diz que Brasil deve fazer investimento militar para ter voz
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que a modernização das Forças Armadas, afetada pelos cortes orçamentários deste ano, preencherá uma "lacuna" na ação diplomática e permitirá ao Brasil passar de "potência regional a grande potência" em 20 anos. Sem isso, acrescentou, só existiriam "delírios de grandeza desacoplados de condições objetivas". Ele disse que discute a apresentação de uma lei para garantir a "perenidade" do investimento militar: "Poderíamos ter atuação mais intensa não só no entorno sul-americano, mas na África ocidental e em pontos selecionados do globo em que interesses vitais brasileiros estivessem em jogo". Hoje, o Brasil lidera a força de paz da ONU no Haiti e integra o comando naval da missão no Líbano. O ministro reafirmou, no entanto, que o País não participará de operações de imposição da paz, como a executada pela Otan (aliança militar ocidental) contra o regime da Líbia. Previu que a ofensiva terminará mal: "Quero ver como vão sair de lá". Jobim participou de seminário sobre "oportunidades, escolhas e ambições" do Brasil promovido pela Chatham House britânica e o Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais). Antes de sua palestra, o diretor da Chatham House, Robin Niblett, fez uma provocação. Disse que "se abster não é escolher", referindo-se à posição brasileira na votação do Conselho de Segurança que aprovou os ataques na Líbia. O indiano Rathin Roy, do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), afirmou que Brasil, Índia e África do Sul ainda não demonstraram por que querem um cadeira permanente no Conselho de Segurança e continuam atuando "nas margens" das propostas das potências tradicionais.
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